Autoridades de segurança foram recebidas ontem durante sessão ordinária, reservada apenas para o debate sobre o tema

Cenário encarado hoje pela PM em Macaé dá base à iniciativa da Câmara em solicitar audiência com comando do Exército para garantir reforço de efetivo para batalhão local

O cenário apresentado ontem em plenário, de deficiência no quadro efetivo e de aparato técnico, encarado pelo comando do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), reforça o apelo feito pela Câmara de Vereadores ao comando da intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.

No espaço criado na sessão de ontem, através do requerimento assinado pelos vereadores Maxwell Vaz (SD) e Robson Oliveira (PSDB), o subcomandante do 32º BPM, Marcelo Amorim Arédes, apontou que é necessário reforçar a estrutura operacional da unidade, para garantir sucesso no enfrentamento à criminalidade na cidade.

“Estamos há um mês à frente do Batalhão. Já atuei em outras cidades e vejo que há muitos roubos e o índice de letalidade que não é pouco. Precisamos melhorar bastante e nada mais importante que haja essa integração proposta aqui neste plenário”, disse.
O subcomandante apresentou também dados importantes sobre o déficit de soldados e de aparato encarado hoje pela unidade.

“O Batalhão já teve quase 900 soldados, hoje atuamos com 460 para atender seis municípios. Temos uma oficina credenciada que não consegue atender a minha demanda. Enquanto eu preciso de 20 viaturas circulando, às vezes eu conto com seis”, apontou.
O representante da PM afirmou também que o auxílio da sociedade é importante e ajuda a suprir parte desta demanda, que será levada à nova gestão da segurança pública no Estado, que segue sob intervenção federal.

“Recebemos de empresários doações de peças e de créditos em oficinas para reposição. E isso ajuda, mas não resolve. Teremos uma agenda com o general Richard, na secretaria de Segurança Pública do Estado, e vamos tratar de todas essas questões”, apontou.

Sob a inclusão do Exército na segurança das ruas da cidade, o subcomandante apontou que seria uma ação paliativa, que não resolveria o problema a longo prazo. “Não vamos buscar soluções imediatistas. Precisamos pensar na intervenção como ato paliativo.

Precisamos buscar soluções para a atual situação da cidade e que sejam mantidas. Temos que pensar nas viaturas para ontem, assim como a situação do efetivo”, apontou Arédes
O subcomandante informou também que há um entendimento com o governo municipal para o aluguel de 25 viaturas, dentro de um novo sistema de segurança através da parceria com a Guarda Municipal.

Em resposta a Maxwell Vaz, o representante da PM considerou como importante a formação de um novo convênio com o governo municipal, para aderir ao Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). “Entre janeiro e março deste ano, nós tínhamos o reforço de 80 policiais que perdemos assim que assumimos o comando. E hoje tentamos suprir esta demanda que faz muita falta para nós. Com o Proeis, isso seria resolvido mais facilmente. Já iniciamos a contratação do convênio com a prefeitura de Rio das Ostras”, explicou.

Ao final da participação do comando da PM, Robson Oliveira afirmou que os dados apontados em plenário só reforçam o pedido de audiência com o general Braga Neto, interventor federal na segurança do Estado. “Precisamos, com urgência, levar essas demandas para o general que tem hoje o poder maior, com mais agilidade, para resolver essas demandas, garantindo mais efetivo e viaturas para a nossa polícia, criando soluções a longo prazo para a nossa cidade”, avaliou o vereador.

Maxwell Vaz também considerou o espaço dado aos agentes de segurança como extremamente válida para a cidade. “Eu, como líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, assim como todos os demais membros, somos totalmente favoráveis a qualquer medida que seja eficaz para a segurança pública na cidade”, disse o vereador.

Durante a sessão de ontem, Maxwell concedeu Moção de Aplausos a 11 policiais militares que atuam no Grupamento de Ações Táticas (GAT) e do Serviço Reservado da PM (P2), assim como ao diretor do Conselho Municipal de Segurança Pública, Patrick Moraes. “Essa é uma forma de agradecer aos polícias pelo serviço prestado à nossa cidade. Hoje a PM é o funil de todo problema social, responsável por resolver o problema gerado pela falha da família, do Estado e da religião”, considerou.

Instituições em parceria

A sessão contou também com a presença do comandante do 9º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM), o tenente-coronel André Siqueira. Ele afirmou que a unidade da cidade conta com um sistema operacional eficiente que atua também na prevenção a casos de incêndio na cidade. Porém, o Batalhão também encara desafios para recompor o efetivo disponível na cidade.

“Trabalhamos em fiscalização e prevenção de incêndio, para garantir a proteção da sociedade. Temos a dificuldade com o efetivo que também pode ser suprido com o convênio do Proeis, o que seria um ganho enorme para nós, sem a necessidade de se fechar o destacamento de Cabiúnas”, afirmou o comandante.

O 1º tenente da Marinha, Carlos César, representante da Delegacia da Capitania dos Portos de Macaé, também afirmou que a unidade contribui, em parceria, com todas as ações de segurança na cidade.

Em resposta à pergunta feita pelo vereador Robson Oliveira, Edilson Santana, corregedor geral da secretaria municipal de Ordem Pública, afirmou que hoje o sistema de videomonitoramento de câmeras de segurança, instaladas em 66 pontos da cidade, está desativado por conta de uma pane registrada no verão.

Robson cobrou também informações sobre a licitação preparada pela prefeitura para reforçar o sistema de monitoramento da cidade. “Um raio atingiu a antena de transmissão do sistema, situada no 32º BPM. Estamos recuperando o sistema que prevê a construção de uma nova subestação. E a licitação segue em andamento”, explicou.

Edilson apontou ainda que a prefeitura já estuda a adesão ao Proeis, ampliando também o número de adesão de policiais.

Patrick de Moraes representou o Conselho Municipal de Segurança Pública.