Dallagnol, conhecido por sua atuação no combate à corrupção, questionou a idoneidade dessa escolha, levantando dúvidas sobre as implicações para a justiça e a democracia brasileira

Em uma entrevista ao programa “Bastidores do Poder” da Rádio Bandeirantes nesta quinta (7), Deltan Dallagnol, ex-procurador e figura notável da Operação Lava Jato, expressou sérias críticas à nomeação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF). Dallagnol, conhecido por sua atuação no combate à corrupção, questionou a idoneidade dessa escolha, levantando dúvidas sobre as implicações para a justiça e a democracia brasileira.

Durante a entrevista, Dallagnol argumentou que a nomeação de Dino, um político abertamente comunista e adepto a posições de esquerda, comprometerá a imparcialidade do STF. Ele relembrou a história do comunismo no século XX, destacando as violações de direitos humanos e a supressão de liberdades fundamentais em regimes comunistas.

Dallagnol fez referência a delações da Operação Lava Jato, nas quais Flávio Dino teria sido mencionado. Essas alegações, segundo o ex-procurador, deveriam ser suficientes para, pelo menos, levantar questionamentos sobre a aptidão de Dino para ocupar um cargo tão relevante no Judiciário brasileiro.

Flávio Dino, ex-governador do Maranhão e membro do PCdoB, foi identificado sob o codinome “Cuba” na planilha de propinas da Odebrecht, conforme revelado por documentos da Operação Lava Jato encaminhados pela Procuradoria-Geral da República ao STF. A alcunha, segundo a publicação da Atual7, surgiu nas delações de José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, que detalhou o funcionamento do Setor de Operações Estruturadas, conhecido como ‘departamento da propina’. Carvalho Filho alegou ter repassado dinheiro à campanha de Dino em 2010, quando este era relator da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara, em um projeto de interesse da empreiteira que, contudo, não foi aprovado. A escolha do codinome “Cuba” para Dino, segundo o delator, deve-se à relação partidária do político com o país, onde a Odebrecht atuava, e ao seu papel na CCJC. O processo foi arquivado.