Procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, durante entrevista no estúdio do jornal Gazeta do Povo

Em áudios, Cid relata como foi pressionado a corroborar testemunhos alheios, sob ameaça de perder os benefícios de sua delação, afirmando que a PF manipulou suas declarações para ajustá-las a uma narrativa pré-estabelecida.

Deltan Dallagnol, ex-procurador da Operação Lava Jato, usou as redes sociais nesta quinta (21) para expor sua opinião sobre os fatos envolvendo Mauro Cid, que em áudios revelados pela revista Veja, acusa a Polícia Federal (PF) de coagi-lo a confirmar falsas declarações contra o ex-presidente Bolsonaro. Nestes áudios, Cid relata como foi pressionado a corroborar testemunhos alheios, sob ameaça de perder os benefícios de sua delação, afirmando que a PF manipulou suas declarações para ajustá-las a uma narrativa pré-estabelecida.

Segundo Dallagnol, Cid se sentiu constrangido pelos delegados que desejavam que ele confirmasse informações que ele afirmava não conhecer. As queixas de Cid incluem alegações de que seus depoimentos foram alterados e que certos fatos foram omitidos ou retirados de contexto, evidenciando uma possível prática de indução para validar a perspectiva da PF nos processos investigativos.

Além disso, Cid criticou a postura do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugerindo que Moraes já teria uma decisão formada, aguardando apenas o momento adequado para agir. Esta declaração aponta para uma preocupação maior com a autonomia e imparcialidade do STF nas investigações, segundo a perspectiva de Cid.

Por portal Novo Norte