Prefeitura toma medida insensível e desumana e demite mais de 4 mil professores contratados. Estudantes poderão ficar sem aulas, após isolamento social - Arquivo

A dura decisão por parte da prefeitura de Rio das Ostras pegou todos os profissionais da área de educação desprevenidos, na noite de segunda-feira (13). Categoria se une para fazer uma manifestação na tarde desta terça-feira (14), às 15h30, em frente à Câmara de Vereadores

Mais de quatro mil professores da rede municipal de ensino fundamental I e II de Rio das Ostras, – que passaram pelo processo seletivo no ano passado para ocupar vagas temporárias -, até porque desde o ano passado, o prefeito Marcelino Borba afirmou que as escolas da rede precisavam de contratar professores para as instituições de ensino, caso contrário, cerca de 8 mil estudantes ficariam sem disciplinas para este ano letivo.

A forma que o poder público noticiou o cancelamento dos contratos temporários, na noite de ontem (13), deixou os profissionais da educação indignados, já que não houve pronunciamento por parte do prefeito e nem do secretário de Educação, apenas um vídeo informativo acabou viralizando pelas redes sociais, onde a administração municipal justifica que a extinção do contrato necessário para enxugar os cofres nesse período de pandemia do novo coronavírus.

O Estado do Rio possui 92 municípios, e Rio das Ostras foi a única cidade do interior adotar essa medida tão cruel e injustificável com os profissionais da Educação, provocando assim uma demissão em massa de professores interinos que ficarão sem renda.

“Não é justo, não concordamos. O Ministério Público precisa rever isso. Vamos levar essa reivindicação para Câmara de Vereadores na tarde desta terça-feira (14), e cobrar do presidente do poder legislativo para que reveja essa medida drástica do poder executivo”, desabafou um grupo de professores.

Enquanto outras cidades vizinhas buscam fomentar e driblar a crise econômica, o prefeito de Rio das Ostras, Marcelino Borba, decide ir na contramão e provocar séries de desempregos, e transformar a cidade num caos.

Em contrapartida, por exemplo, as cidades de Macaé, Quissamã, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabu, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes, permanecem com os contratos validados, até porque os estudantes da rede de ensino não podem ficar sem os educadores, mesmo no momento de isolamento social, já que os professores preparam conteúdos programáticos e enviam para as secretaria de Educação para que os estudantes executem as tarefas escolares.

À medida drástica que não tem sentido faz lembrar que futuramente as aulas terão que ser repostas depois do isolamento social. Com os quatro mil professores extintos, como os estudantes irão concluir o ano letivo? Não tem sentido, o governo municipal com essa visão estreita, insensível, desumana, desamparar milhares de professores da Educação que são os contratados temporariamente, que pagaram uma taxa de quase R$ 100 para realizar uma prova de processo seletivo e ver o sonho ser cancelado e agora ter fazer parte dos 20 milhões de desempregado no país.

Outro lado

As aulas da rede pública estão suspensas desde o dia 14 de março, ainda sem previsão para retorno. De acordo com o município, antes da pandemia, a prefeitura precisou contratar temporariamente profissionais da educação para suprir o déficit emergencial da Secretaria de Educação, e considerando que a paralisação torna a contratação emergencial injustificada, face ao cenário atual, ainda sem previsão de normalidade, a extinção dos contratos de trabalho, se torna uma exigência administrativa, obrigando o município a efetuar o cancelamento desses contratos.