Palácio Guanabara

Qual será a real influência do atual resultado das urnas, no futuro processo eleitoral que definirá a recomposição da Câmara de Vereadores e a sucessão do governo “da mudança”?
A resposta para esta pergunta representa o clima de tensão que ainda paira sobre os ambientes políticos da cidade, ainda dominado por redutos eleitorais que sustentam mandatos de décadas, no plenário da Casa do Povo.

Em se tratando do Legislativo federal, o eleitorado brasileiro demonstrou que a renovação é a resposta para tantas denúncias de atos de corrupção, desbravados e destituídos pelas investidas da Operação Lava-Jato.

No âmbito fluminense, a resposta do eleitorado carioca foi a renúncia a sistemas políticos que enriqueceram ex-governadores, assaltaram os cofres do governo, e enterraram o Rio de Janeiro em um complexo e derradeiro cenário de recessão econômica, que não condiz com o sistema de tributação especial que é o cerne das discussões que envolvem os riscos em volta da sucessão do governo de Pezão.

Com forte influência em todos os municípios fluminenses, este novo cenário da opinião do eleitorado representa o fortalecimento da ideologia de extrema direita, algo que foi absorvido pela maioria dos eleitores, não por pactuar com o conceito sobre o fortalecimento da ordem e do poder do Estado.

Ao se cansar dos mesmos atores, que definiam os rumos do Estado através de esquemas de corrupção, o eleitor apontou o caminho que será seguido pelos próximos pleitos, algo que ainda é difícil de ser compreendido pelos figurões da política da cidade.

A saída para a tal instabilidade, vista como renovação, é mudar de partido, mas não de ideologia.

O sistema eleitoral macaense ainda é dividido entre o voto conservador e o de cabresto, algo tradicional dentro de uma política ainda baseada nos superlativos do petróleo.
Porém, é preciso acreditar que a onda da renovação, que possui a tendência para o idealismo de extrema direita, também recaia sobre os espaços políticos do município. Algo que precisa ser interpretado, tanto por quem acredita na perpetuação dos mandatos, quanto por quem almeja alcançar novos objetivos no cenário local.