Ações preventivas para evitar epidemia devem ser feitas tanto pela população, quanto pelo poder público

O combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e zika vírus, é dever de todos. No entanto, muitas vezes a população, e até mesmo o próprio poder público, deixa de fazer a sua parte, situação que pode contribuir com uma possível epidemia nessa época do ano.

Essa semana, o jornal O DEBATE voltou a fazer um flagrante, dessa vez em um prédio público. O caso ocorreu no Centro Municipal de Atendimento Especializado ao Escolar (Cemeaes) do Cajueiros. No local, nossa equipe encontrou uma caixa d’água sem tampa e com água acumulada.

Lembrando que essa região é uma das que sempre apresentam o maior índice de infestação durante os últimos Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). Por conta disso, essas localidades deveriam ser priorizadas pelo poder público nas ações de combate ao mosquito.

Quem mora próximo diz ficar com medo. “Eu moro a poucos metros dali. Não só o Cemeaes, como algumas residências aqui no entorno, sempre ocorre isso de ter caixa d’água aberta. É um risco para todos, inclusive quem faz isso. Já tive dengue e tenho medo de ter de novo ou que isso afete alguém da minha família. Esperamos que a prefeitura resolva logo. Eles deveriam ser os primeiros a dar o exemplo”, diz uma moradora que pede sigilo do nome.

As temperaturas elevadas e a alta incidência de chuvas, comuns nesse período, se tornam perfeito para que o inseto se prolifere. O risco de epidemias das três doenças ressalta que a principal medida de combate é a prevenção.

Procurada, a prefeitura explicou que,  em relação a caixa d’água aberta no Cemeaes, a denúncia foi encaminhada à coordenação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para verificação.

Ela explica que durante todo o mês de janeiro, período de férias nas escolas municipais, as equipes de manutenção da rede municipal de ensino intensificam atuação nas unidades dos Cemeaes. Reparos hidráulicos e elétricos; limpeza de fossa, de telhado, de reservatórios de água; manutenção de esquadrias; instalação de ventiladores, de grades; impermeabilização das calhas e lajes; assentamento e troca de revestimentos, torneiras, descargas, portas, de lâmpadas, de bombas d’água; pintura geral e dedetização estão entre as ações que vêm sendo realizadas.

Ações pela cidade

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) continua com o seu trabalho de visitas domiciliares em todos os bairros. Na última semana, o órgão adotou uma postura mais enérgica com a utilização de técnicas de conchadas (quando o funcionário do CCZ retira material do Canal para análise laboratorial) para o Levantamento de Índice de Infestação, com utilização da bomba costal (um tipo de fumacê para atacar pernilongos adultos) na aplicação de larvicida.

As ações aconteceram no dia 8, no Canal Macaé Campos III, no dia 9, nos canais Ajuda de Baixo e Jardim Esperança, no dia 10,  nos canais Virgem Santa e Horto, no dia 11, no Canal Aroeira, e no dia 12, nos canais Capote e Bairro da Glória.

A prefeitura enfatiza que, durante a primeira quinzena de janeiro, o CCZ faz o reconhecimento geográfico do município, com produção e atualização dos mapas dos bairros. Os agentes observam a numeração dos quarteirões, identificação de ruas e logradouros, com o quantitativo dos imóveis por tipo. O reconhecimento geográfico é uma atividade que precede a programação das operações de campo, de pesquisa entomológica e de tratamento químico.

O cidadão que desejar comunicar/compartilhar qualquer situação pode entrar em contato com o CCZ pelo número: 0800-022-6461.

Faça a sua parte

Além da mobilização dos governos federal, estaduais e municipais, a população é uma peça fundamental nessa luta, que deve ser diária e ainda mais rigorosa nessa época do ano. Um levantamento feito em Macaé pela prefeitura apontou que 95% dos focos estão dentro de residências e estabelecimentos comerciais.

A única maneira de se proteger é não deixando o mosquito nascer. Ele se prolifera em água parada, seja ela limpa ou suja. O ciclo do Aedes aegypti desde a larva até o nascimento dura apenas de oito a 10 dias.

Diante disso, faça a sua parte. Entre as dicas estão: não deixe água da chuva acumulada sobre a laje; mantenha fechados os depósitos de água como caixas d’água, tonéis e barris; encha de areia até as bordas os pratinhos de vasos de plantas; guarde garrafas viradas de cabeça para baixo; guarde pneus e outros objetos que podem acumular água tampados e em locais cobertos; coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira fechada. Não jogue o lixo em terrenos baldios.