O município de Macaé quando ainda tinha seu território estimado em 1.997 km², com os então distritos de Carapebus e Quissamã e que até a década de 70 ainda dependia das duas usinas de açúcar e álcool, para fortalecer os cofres da prefeitura e sendo, por isso, os dois maiores “currais eleitorais”, a ponto de nas gestões daquele tempo, alinhar a chapa executiva para o governo municipal, dependia, na ocasião, de homens sérios e que parecessem sérios, para governar.
A Câmara Municipal, com 17 vereadores, e sempre teve representantes daquelas localidades, além de Glicério e Córrego do Ouro, outros dois importantes distritos rurais. Por força do período do governo militar, mesmo sem perceber remuneração, permitida pela legislação apenas aos municípios com mais de 200 mil habitantes, a Câmara só passou a subsidiar os edis a partir de 1975, quando a legislação foi outra vez alterada. Ou seja, o município, com a segunda extensão territorial do antigo Estado do Rio, podia gabar-se de ter um representante de Carapebus, que era o senador Vasconcelos Torres, e na Câmara dos Deputados, como parlamentar, o usineiro Edilberto Ribeiro de Castro, de Quissamã.
O prefeito, até esse período, sempre buscou como vice na chapa, um nome daqueles dois distritos até que houve a chegada da Petrobras no final da década de 70, Macaé passou a nadar de braçadas com os royalties a partir dos anos 80, Quissamã e Carapebus se emanciparam, e este município tem hoje estimados 1.330 km². Uma Câmara Municipal com mais de 350 cargos entre efetivos e comissionados, e a prefeitura uma forte receita anual quase atingindo R$ 2,5 bilhões, tornando-se um dos mais ricos do Brasil. Naquele tempo, ainda se gastava sola de sapato para fazer campanha e também muita grana para ter a eleição garantida. Mas, com ou sem dinheiro, as administrações ainda faziam milagres para a cidade ser o que é hoje.
Explosão de propaganda
Como a internet universalizou o mundo e hoje não existem barreiras para, em questões de segundo, a pessoa passar a ter informações onde possa existir um aparelho de telefone celular, a campanha de 2018 deu uma mostra do que o futuro poderia ser com o gigantismo das plataformas criadas e as redes sociais fossem se multiplicando a ponto de tornar-se quase uma Torre de Babel. São tantos e até inimagináveis caminhos através de aplicativos para acessar informações que não haverá tempo para se distinguir o bem do mal, como vem ocorrendo há algum tempo, criando seus autores uma série de situações adversas que é necessário um grande exercício de investigação para evitar que as fake news, agora virando moda desde que o governo e o parlamento resolveram regular a internet, tentando evitar o caos.
Mas, se existe possibilidade, como muitos fazem, de abrigar sua conta no exterior, para tornar difícil a localização, o Supremo Tribunal Federal já mostrou com as garras do ministro Alexandre de Moraes que alguém pode pagar o pato e determinou ao faceboock que apagasse as contas dos internautas que estavam infernizando a vida não só dos poderes, como de seus representantes, criando o caos.
Com algumas prisões, quebra de sigilos, o Congresso está com uma Comissão Mista de Inquérito apurando fake news, e ter o governo limitado o pagamento das postagens através de robôs, para que alguns deixassem o país e o presidente diminuído suas entrevistas no “cercadinho do Alvorada”, para que tudo se acalmasse. Bem, até há pouco tempo, alguns pré-candidatos se aproveitavam de qualquer brecha para descer a lenha no adversário. Até que adivinharam o live, ou seja, na linguagem da internet, caracterizar transmissões ao vivo feitas por meio das redes sociais. Passou esse a ser o melhor caminho para a pré-campanha dos pré-candidatos. O problema agora está em escolher qual o horário, o tema, o personagem, enfim, para ficar uma hora ou mais com a telinha na palma da mão, participando. É, não resta dúvidas, a explosão da propaganda. Depois, é só viralizar…
PONTADAS
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Sexta-feira a esposa de um motorista da SIT, divulgou um vídeo demonstrando sua revolta porque os motoristas não estavam com o pagamento em dia. Na opinião de um vereador que pediu para não ser identificado, pelo menos três segmentos não podem reclamar de dinheiro. Empresa de ônibus, farmácia e banco. Vai ver, ele está coberto de razão.
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E por falar em transporte, na quinta-feira um cidadão que veio de Rio das Ostras para Macaé de carro, observou que da barreira sanitária do Parque de Tubos, até o posto Petrobras da Praia, que apenas um coletivo estava trafegando em direção ao Parque de Tubos. Durante todo o tempo da viagem até chegar ao centro, não viu mais nenhum outro transporte coletivo. Será que está havendo fiscalização?
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O prefeito de Macaé que desde o começo da pandemia vem administrando com seriedade a situação caótica que tomou conta do mundo, continuou ganhando mais adesões de apoio da população, enquanto alguns segmentos empresariais, pareciam preferir a abertura geral do comércio. Sexta-feira, ao decidir liberar outras atividades por ter caído para a bandeira verde, ou menos perigo, sua aprovação cresceu. Tanto que ele lançou seu ex-secretário Celio Chapeta como pré-candidato a prefeito.
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Até domingo.