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Em entrevista, o secretário nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura, Frederico Carneiro, explica a importância do Pnatrans para a sociedade

O Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) tem como principal objetivo reduzir, no mínimo, 50% as taxas de mortes e lesões no trânsito até 2028. A política também tem um potencial, seguido por seis pilares fundamentais, de salvar cerca de 86 mil vidas, número que representa uma economia de R$ 290 bilhões nos cofres dos estados e União. Nesta entrevista, o secretário nacional de Trânsito, Frederico Carneiro, explica a importância dessa política pública para a sociedade.

• Quais são os principais objetivos do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans)?

Secretário Frederico Carneiro — O Plano foi criado em 2018 para propor um novo desafio para a gestão de trânsito no país e para, principalmente, os órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito (SNT). O objetivo dessa política é salvar vidas e reduzir a quantidade de feridos graves no trânsito brasileiro. Estamos acompanhando conceitos internacionais que estão alinhados ao conceito de “nenhuma morte no trânsito é aceitável” e para nós também não é.

• Qual a meta do Pnatrans?

A meta do Pnatrans é, no período de dez anos, reduzir, no mínimo, em 50% o índice nacional de mortos no trânsito. Com o potencial de salvar cerca de 86 mil vidas até 2028, o plano vai possibilitar salvar vidas dos pedestres e ciclistas, que são os mais vulneráveis nas ruas. Uma das frases que sempre falamos é “o maior protege o menor” e “juntos salvamos vidas”, tema da campanha da conscientização no trânsito de 2022 e do Pnatrans.

• Essa política está de acordo com a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito da Organização das Nações Unidas (ONU)?

Sim. Com a Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030, foi possível revisar todo o plano que tinha sido criado em 2018, deixando-o cada vez mais alinhado ao objetivo global de salvar vidas. A ONU definiu estratégias, políticas, pilares e ações para fornecer os subsídios necessários ao desenvolvimento de uma infraestrutura viária adequada para a redução do número de mortes. Além disso, foi, também, uma oportunidade de aprender com os sucessos e lições de anos anteriores.

• Quando acontece a última revisão do plano e por que ela foi importante?

A última revisão aconteceu em 2021, no qual a Secretaria Nacional de Trânsito recebeu a contribuição de mais de 100 especialistas, de cerca de 50 órgãos e entidades, representando a sociedade como um todo. O processo de revisão foi importante para incorporar os conceitos de Sistemas Seguros e Visão Zero, que possuem princípios de que nenhuma morte é aceitável no trânsito e de que erros humanos e distrações são inevitáveis, mas mortes e lesões graves não são. A revisão também adicionou novas ações para garantir melhores práticas em todo o sistema. A próxima revisão acontecerá em 2023, ou seja, acontecerá a cada dois anos. O processo é essencial para a mudança de paradigma e para o sucesso de um plano robusto.

• As iniciativas são pautadas em quantos pilares? Qual a importância deles?

As iniciativas são pautadas em seis pilares fundamentais, garantindo que o trânsito seja abordado em suas diversas frentes como: Gestão da Segurança no Trânsito; Vias Seguras; Segurança Veicular; Educação para o Trânsito; Atendimento às Vítimas; e Normatização e Fiscalização. Eles permitem que o trânsito seja analisado de forma singular em todas as suas áreas, atuando efetivamente onde necessário e com a ajuda de outros atores, como órgãos estaduais e municipais. 

• Quantos estados firmaram o compromisso em atingir essa meta? Qual a importância desse acordo?

Atualmente, 20 estados firmaram o compromisso junto à Secretaria Nacional de Trânsito. São eles: Distrito Federal, Piauí, Paraná, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Roraima, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Acre, Paraíba e Rondônia Esse acordo permite um olho coletivo para o trânsito e entender quais são os principais desafios a serem enfrentados. Esse acordo permite um olhar coletivo para o trânsito e a percepção de quais são os principais desafios a serem enfrentados. A integração e harmonia entre todos os órgãos potencializa a participação social e representa o compromisso público em aprimorar as políticas públicas e salvar mais vidas.

Por Portal Novo Norte