Com imunização contra Covid-19, gestores planejam volta das aulas presenciais

Pesquisa busca ouvir diretores escolares para ajudar no retorno seguro

O retorno presencial às aulas já é previsto para ocorrer em diversas cidades do Brasil neste mês de julho. São Paulo, Bahia e Brasília, por exemplo, figuram como locais onde as escolas devem ser reabertas de forma escalonada, totalmente presencial ou híbrida. Na pandemia, a readaptação das aulas exigiu maiores esforços dos profissionais da educação.

Até 30 de junho, data mais recente da divulgação oficial do número de vacinados no país, mais de 1 milhão de brasileiros recebeu o imunizante contra a Covid-19, segundo o Governo Federal, o que representa cerca de 14,5% da população, conforme dados do “Our World In Data”. Destes, mais de 74 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina e mais de 26 milhões já estão protegidos com as duas doses. A meta é vacinar 160 milhões de pessoas até o fim de 2021.

Com o avanço da campanha de imunização, o segmento educacional, um dos mais afetados pela pandemia, programa a retomada gradual às salas de aula. Em São Paulo, o secretário de Educação do estado, Rossieli Soares, deve decidir até o mês de agosto quando será obrigatório o retorno, segundo a CNN Brasil.

Na Bahia, onde algumas escolas privadas reabriram gradualmente neste ano, o governador do estado, Rui Costa, decretou o retorno semipresencial no dia 26 de julho para as escolas estaduais, mas o Sindicato dos Professores defende que ainda não é o momento de retornar às salas. Diante do impasse, o governador baiano informou que os profissionais que não retornarem presencialmente terão corte salarial dos dias não trabalhados.

Minas Gerais também planeja o retorno. A Secretaria de Estado de Educação prevê que, pelo menos, 1.138 instituições voltem às atividades nesta semana. No entanto, assim como em outras regiões, o conselho-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) não concorda com a retomada neste momento.

Vez e voz dos diretores

Para identificar os desafios, preocupações e possíveis caminhos a serem trilhados pelas escolas em resposta à pandemia do coronavírus, o Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação e a Global School Leaders realizam, juntos, uma pesquisa que busca dar voz a lideranças escolares. O objetivo do levantamento é também orientar os diretores acadêmicos no processo de reabertura, bem como indicar como governos e sociedade devem apoiar os profissionais da educação nesta retomada.

De acordo com a Anna Penido, diretora do Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação, uma das organizações que apoiam a pesquisa no Brasil, os diretores vão poder contar o que estão fazendo, quais são os principais desafios em relação à pandemia e as soluções que estão encontrando para enfrentar o momento.

“Ao conhecer esses desafios mais a fundo, esperamos que as redes de educação e as organizações da sociedade civil possam colaborar melhor com esses diretores, ajudá-los a superar esses obstáculos e que, também, as soluções que esses diretores já encontraram possam ser compartilhadas com outras escolas para que também haja colaboração entre pares”, explica Penido.

A pesquisa aborda temas como acesso a tecnologias, inovações pedagógicas, perspectivas para a reabertura, aprendizagem, evasão e saúde mental de estudantes e profissionais da educação, entre outros assuntos. O formulário está disponível na internet para ser respondido pelos diretores escolares.

A participação dos diretores na consulta é voluntária, anônima e se encerra amanhã, 16 de julho. Os resultados serão utilizados para propósitos sociais sem fins lucrativos e estarão disponíveis a partir da segunda semana de agosto no site http://www.globalschoolleaders.org.