Com a proximidade do Carnaval, o Centro Cultural do Legislativo (CCL) coloca à disposição da população a exposição ‘Máscara e Cor’. As peças feitas pelo arquiteto, designer e artista plástico macaense, Isnard Drumond (50), compõem o acervo. Nele, há a expressão de dois matizes: a cor, que é luz, e sem ela não existe vida, e a referência às mais variadas etnias. A mostra, aberta ao público, ocorre até o dia 28 de fevereiro, entre 9h e 17h, no espaço que fica na Avenida Rui Barbosa 197, Centro, na antiga Câmara dos Vereadores.
“Algumas máscaras dessa exposição se remetem a países como Espanha, França, China e Índia”, contou o artista. “Já sobre as cores, digo que estas estão subdividas entre as primárias, as secundárias, as quentes e frias e as complementares. Produzir este trabalho me enche de orgulho e dedico esta realização a quem me inspira: minha mãe, Ivonilde Drumond”, disse Isnard, que se formou em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, em 1992.
A história dele na área de produção de alegorias para o Carnaval teve início na Escola de Samba Acadêmicos da Aroeira, na década de 1980. Na ocasião, confeccionava fantasias criadas pelo carnavalesco Marcos Leonardo, conseguindo títulos em Macaé. Já a especialização em fazer máscaras começou há 11 anos, no aniversário de 50 anos de sua irmã, quando máscaras criadas para o evento agradaram os convidados que, nos Carnavais posteriores, as encomendavam.
Trajetória das máscaras entre alguns povos
No ocidente as máscaras começaram a ser utilizadas na Grécia Antiga, durante as festividades do deus Dionísio, que representa o vinho e a fertilidade. Nessas festas as pessoas usavam máscaras e acreditavam que Dionísio estava presente. Todos bebiam, cantavam e dançavam – dizem que foi assim que o Carnaval surgiu.
Ao longo da história da humanidade, as máscaras foram utilizadas com os fins mais distintos, de acordo com a cultura e a religiosidade do povo que as adotavam. Geralmente, elas permitiam o acesso a universos regidos pela imaginação ou a dimensões espirituais invisíveis.
Elas desempenharam, em muitas civilizações, o papel espiritual, como instrumentos principais em rituais sagrados. Assim foi na África, quando eram elaboradas por mãos artísticas, com feições distorcidas, proporcionalmente maiores do que as normais, constituídas de cobre, madeira ou marfim.
No Egito Antigo, os servos dos Faraós mascaravam as múmias prestes a serem enterradas, enfeitadas com pedras preciosas. Já entre os indígenas norte-americanos, habitantes do noroeste dos EUA, eram utilizadas em solenidades de homenagem aos entes queridos que haviam partido para a espiritualidade.
Os nativos brasileiros, em suas cerimônias, portavam máscaras simbolizando animais, pássaros e insetos. Na Ásia, elas eram assumidas tanto em ritos espirituais quanto na realização de casamentos. Em várias tribos primitivas, os índios mais velhos usavam máscaras em cerimônias de cura, para expulsar entidades negativas, com o objetivo de unir casais em matrimônio ou nos rituais de passagem, momentos marcados pela transição da infância para o mundo dos adultos.
Enfim, em diversos povos e durante sua trajetória histórica, as máscaras tiveram simbologia distinta para cada população, seja uma simples tribo ou uma nação determinada.