Canal do Capote segue aguardando serviço

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Moradores do entorno reclamam da falta de limpeza de recurso hídrico

Devido a demora do poder público, gigogas continuam se proliferando

Há cerca de três semanas, o jornal O DEBATE publicou uma reportagem falando sobre a falta de limpeza do Canal do Capote, na Linha Verde. Um dos problemas que a falta de manutenção e o lançamento de esgoto in natura causam nesse recurso hídrico é o surgimento de gigogas, plantas aquáticas que servem como indicador de desequilíbrio ambiental.

Na época, quando procurada pela nossa equipe, a prefeitura explicou que a limpeza para retirada das plantas estava prevista no seu cronograma. Ela ressaltou que o serviço, que até então estava sendo feito no Canal Macaé-Campos, seria feito posteriormente na Linha Verde. Na ocasião, ela disse que não seria possível precisar uma data, já que o trabalho é dinâmico e depende ainda das condições climáticas.

Enquanto isso, as gigogas acabaram se proliferando, tomando conta de boa parte do canal. Quem mora próximo reclama do aumento na quantidade de mosquitos. “Não limpam aqui tem tempo. Com isso a quantidade de plantas está aumentando. Toda vez que isso acontece resulta em infestação de mosquitos”, reclama Ana Lúcia, moradora da Aroeira.

Considerada uma praga por muitos, as gigogas são plantas aquáticas que têm surgido com frequência nesses ambientes. Isso retrata o alto índice de poluição dessas águas, que recebem grande parte do esgoto da cidade, muitas vezes sem tratamento.

Por mais que a limpeza seja feita, as gigogas sempre irão aparecer nesses locais enquanto houver esgoto, pois elas surgem em ambientes onde há matéria orgânica. No caso de locais poluídos, como há excesso dessas matérias, a produção de alimentos torna-se grande e o resultado é a rápida proliferação da espécie, causando um desequilíbrio ambiental.

Apesar de ser um bioindicador de poluição, a proliferação pode causar danos e prejuízos para o meio ambiente. Essas plantas funcionam como esponjas, sugando os nutrientes presentes no esgoto. Além disso, em ambientes onde há o despejo de esgoto in natura elas são capazes de se duplicarem em apenas duas semanas.

Elas impedem a entrada de luz solar na água, comprometendo, dessa forma, o processo de fotossíntese, causando danos ao ecossistema local, como plânctons e peixes. Quem mora em regiões próximas a canais e lagoas com poluição reclama que as gigogas, além de ser um ambiente favorável à proliferação de mosquitos, causam mau cheiro.

Quando controladas e em ambiente livre de poluição, as gigogas trazem diversos benefícios, como a troca de oxigênio da água, mas quando se proliferam de maneira desordenada em ambientes poluídos, tornam-se uma praga, podendo ser responsáveis por doenças da água.

Em resposta, a prefeitura informou que o serviço está no cronograma, contudo, não é possível prever com exatidão uma data, já que o trabalho realizado pelas equipes da Secretaria de Infraestrutura é dinâmico e depende de fatores externos, como as condições climáticas, que acabam por interferir na programação do dia de trabalho.