Integrantes do MOPAM apontam demandas que podem auxiliar tratamento de síndrome
A Câmara de Vereadores foi acionada ontem pelo movimento MOPAM (Motivados pelo Autismo Macaé) a ampliar o debate sobre a necessidade de ampliação das intervenções terapêuticas e medicamentosas que ajudam na assistência ao autismo.
Ao ceder o grande expediente da sessão ordinária de ontem, o Legislativo ouviu demandas que envolvem especialmente as redes de Educação e de Saúde, para melhorar a qualidade de vida de crianças, adolescentes e adultos portadoras da síndrome.
As demandas foram listadas pelas integrantes do movimento criado com objetivo de unir famílias de integrantes autistas, fortalecendo a luta pelo reconhecimento da síndrome como uma das prioridades para tratamentos que precisam ser ampliados na rede pública.
“Macaé hoje é reconhecida como referência na assistência ao autismo, porém, é preciso que essa rede seja ampliada. Ainda não temos um dado concreto sobre quantas pessoas possuem a síndrome na cidade, mas somos um grupo forte que divide as superações e compartilha também as necessidades, que são grandes”, disse Caroline Mizurine, uma das cinco integrantes da formação do MOPAM.
Acompanhado hoje por cerca de 140 famílias de autistas, o movimento lista como prioridades para a ampliação da rede a necessidade de mais profissionais capacitados para promover a chamada “intervenção terapêutica”.
“Hoje, o acesso a fonodiólogo, ao terapeuta ocupacional e ao psicólgo, na rede pública, é difícil. Quem não tem plano, precisa aguardar em filas, o que não garante a assistência adequada para o autista”, afirmou Caroline.
As dificuldades no acesso a medicamentos que auxiliam no tratamento da síndrome também foram apontadas.
“Hoje a intervenção medicamentosa também é difícil na cidade. As mães que formam o MOPAM tentam se ajudar, mas isso também prejudica o acompanhamento”, disse.
Em relação à rede de Educação, as integrantes do MOPAM apontaram que a falta de aplicação do Planejamento Educacional Individualizado (PEI) também dificulta a inclusão do autista no acesso ao ensino.
“As escolas também precisam ter salas com recursos multifuncionais, assim como um profissional especializado em dar assistência ao autista”, apontou Caroline.
O grupo que forma a MOPAM destacou a importância do espaço dado pela Câmara, para chamar a atenção sobre as dificuldades de assistência ao autista na cidade.
Vereadores elogiam grupo
Ao acompanhar a apresentação, o vereador Maxwell Vaz (SD) lembrou a emenda assinada por ele, vetada pelo governo, mas mantida pela Casa, que determina a criação da Escola para Autistas em Macaé.
Já Marcel Silvano (PT) apontou que o caso da MOPAM reforça a necessidade do Legislativo de abrir as portas para ouvir demandas de diversos grupos da sociedade macaense.
Márcio Bittencourt (PMDB) também destacou um projeto de lei, assinado por ele e aprovado pela Casa, que determina a criação da “Carteirinha do Autista”, que dá prioridade no acesso a atendimentos em redes públicas e privadas.
Marvel Maillet (REDE) apontou que o governo também deve preparar políticas públicas esportivas para dar assistência ao tratamento dos autistas.
Guto Garcia (MDB) apontou que a secretaria de Educação criou a superintendência da educação inclusiva, que busca melhorar atendimento a 300 novos alunos especiais recebidos pela rede. Ele destacou também que auxiliares de serviços escolares serão capacitados.