Vereadores de oposição e governistas divergem sobre projeto que é a “menina dos olhos” do governo
Considerado pelo governo como o segundo maior programa social criado na era “da mudança”, o projeto que institui a chamada “Bolsa Escola”, ainda causa divergência entre os vereadores do bloco de oposição e da base aliada do governo no plenário. Prestes a entrar em votação definitiva na Casa, a matéria que prevê bolsas bimestrais de R$ 600 para 100 alunos do 5º ao 9º ano classificados em prova específica, é considerado pelos governistas como incentivo ao ensino. Mas os opositores acreditam em “dinheiro de sobra gasto de forma equivocada”.
Na sessão ordinária de ontem (17), o vereador Guto Garcia (MDB), ex-secretário de Educação da cidade, defendeu a matéria, afirmando ser um novo mecanismo que visa combater a evasão escolar, elevando a qualidade da formação de jovens adolescentes. “Esse é um projeto do governo que possui, como contrapartida da bolsa, a monitoria. O aluno beneficiado deverá exercer papel de monitor junto aos demais estudantes da sua classe. É lógico que isso não vai resolver todos os problemas da Educação, mas auxiliará na busca de melhorias contínuas na rede”, defendeu Guto.
Mas, coube a Marcel Silvano (PT) fazer o contraponto àa fala de Guto. Maior crítico à matéria, Silvano afirmou que o projeto estabelece um critério equivocado de apoio aos estudantes. “O texto assinado pelo prefeito não fala sobre monitoria. E como atender a 100 se milhares de alunos não possuem o incentivo necessário para permanecer na sala de aula? Eu defendo que esse projeto seja devolvido ao governo o quanto antes”, criticou Marcel.
Ex-líder de bancada do governo, Márcio Bittencourt (MDB) voltou a alinhar o seu discurso junto ao Executivo. “A monitoria vai sim ser exercida pelo aluno contemplado pela bolsa. Essa é a vontade do prefeito”, disse ele.
No entanto, o líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, Maxwell Vaz (SD), afirmou que a base primária de alunos contemplados é muito aquém do efeito esperado pelo governo. “Eu vejo que, 100 alunos não representam 1% do universo dos estudantes que estão neste nível escolar. Eu defendo que o governo aumente para mil o número de vagas. Vou fazer uma emenda ao projeto para defender isso”, apontou Maxwell.
Luiz Fernando (PTC) apontou que a proposta do governo é mais uma peça de marketing. “Não há qualquer interesse do governo de transformar a educação da cidade. O objetivo principal é tratar um problema social da maioria dos alunos desta faixa-etária, em uma peça de marketing para elevar o ego do prefeito. Isso é errado”, apontou Luiz Fernando.
A expectativa é que o projeto de lei do Executivo seja colocado em votação na próxima semana.