Considerado o reduto do chorinho e do samba da cidade, o Bico da Coruja está localizado próximo à Praia do Forte e ao Mercado de Peixes - Fot Divulgação

O tradicional bar e restaurante comemora a data sendo ponto de encontro de poetas, músicos, sambistas, chorões, jornalistas, estudantes, professores, socialistas, escritores, etc

Nesta quinta-feira (10), o Bico da Coruja celebra os seus 37 anos de samba, choro e animação, ostentando uma trajetória que mistura o amor pela música e o prazer do convívio entre amigos. O tradicional bar e restaurante é mais do que um botequim macaense, é o ponto de encontro de poetas, músicos, sambistas, chorões, jornalistas, estudantes, professores, socialistas, escritores, diretores de cinema, do cidadão que busca cultura e energia para recarregar as forças e encarar o cotidiano numa das cidades que mais sofre com os impactos do arranjo produtivo do petróleo e gás no Estado do Rio de Janeiro. Lugar para se apreciar música de boa qualidade.

“Como eu queria poder rebobinar esses 37 anos e poder de novo reviver essa história de um ângulo privilegiado e muitas vezes clandestino”, declarou Wallace Junior, o Cisinho, proprietário do Bico de Coruja. O lugar, semanalmente, atrai apreciadores do choro e roda de samba.

Considerado o reduto do chorinho e do samba da cidade, o Bico da Coruja está localizado próximo à Praia do Forte e ao Mercado de Peixes. Chega a ser comparado com a Lapa da capital, lugar frequentado por boêmios, amantes do choro e das rodas de samba. Ao longo desses anos, um grande grupo de amigos se reúne, todas às quartas-feiras, para tocar e curtir roda de samba e choro naquele espaço situado na Rua Benedicto Lacerda, 134 (Pororoca), batizado em homenagem a Benedicto Lacerda, grande parceiro de Pixinguinha
Vale a pena conferir este encontro que mistura choro e roda de samba, às quartas-feiras, no Bico da Coruja, onde o clima é totalmente descontraído e alegre e o ponto de encontro atrai outros músicos e grupos de Macaé e arredores.

“Eu posso dizer que, sem querer, acabei tendo uma visão privilegiada nessa história, e isso fez de mim uma peça importante nesse quebra cabeça descontinuado. Sou o famoso músico sem instrumento, o filtro entre o que está acontecendo e o que deveria ter acontecido de fato e que aprendi nesses 37 anos, administrar as diferenças de cada um que aqui já frequentou”, disse Wallace, acrescentando que não entende nada de tradição, embora o Bar esteja dando passos largos rumo a esse reconhecimento.

“Confesso que todos, inclusive os músicos que aqui frequentam, nunca imaginavam que isso poderia acontecer, talvez seja esse o grande mistério que é o Bico da Coruja, um lugar onde a lógica do planejamento é desfeita. Tive a oportunidade de ver clássicos serem compostos depois da saideira e projetos culturais importantes pra nossa história serem criados aqui antes do barulho da porta de aço. Me orgulho de ver os Titãs Macaenses do Choro tocarem e serem acima de tudo, amigos. É por isso que temos motivos de sobra pra comemorarmos essa data tão especial. 37 anos convivendo com pessoas maravilhosas e tendo como pano de fundo, a roda de choro & samba do Bico da Coruja, faz de mim um homem realizado”, concluiu o proprietário.

Lapa macaense

Bico da Coruja

Assim, próximo a praia do Forte e ao Mercado de Peixes, bem na ‘Pororoca’, o Bico da Coruja é apontado como um pedacinho da Lapa na nossa cidade, reunindo amigos que toda quarta- feira fazem suas tradicionais rodas de choro e samba.

Há 37 anos ali se reúne a nata do choro macaense. Começou de forma despretensiosa, onde os amigos se reuniam na rua Benedicto Larcerda e faziam rodas para tocar cavaquinho, pandeiro, violão e bandolim mas a “brincadeira” dos chorões ficou séria e formaram um grupo homônimo ao bar, o grupo já tem dois CD’s gravados e várias composições criadas.

Situado na Rua Benedicto Lacerda, 134 (Pororoca), a via foi batizada em homenagem ao grande chorão macaense Benedicto Lacerda, reconhecido internacionalmente como um dos ícones do chorinho e grande parceiro de Pixinguinha.

Reduto do Choro

Macaé, terra de Benedicto Lacerda e de Viriato Figueira da Silva, precursores do choro, por tradição passou a preservar este reduto tradicional de choro e samba. O Bico da Coruja começou de forma despretensiosa, onde os amigos se reuniam e faziam rodas para tocar cavaquinho, pandeiro, violão e bandolim, mas a “brincadeira” dos chorões ficou séria e formaram um grupo homônimo ao bar. E por la, o clima é descontraído e alegre e o ponto de encontro atrai outros músicos e grupos de Macaé e arredores.

Dr Celso

Os versos de uma das músicas mais tradicionais do Bico resumem um pouco desse lugar especial de Macaé. “Quem chega no Bico da Coruja encontra uma roda de bambas.” O local respira boa música e com um clima completamente diferente.

Vários motivos contribuem para o tradional êxito do Bico da Coruja, incluindo a sua peculiar gastronomia, além de ser o ponto de encontro para um bom papo e divertimento. Neste sentido, um dos pratos de maior sucesso do local é a tradicional Sardinha na Pressão, que só o dono Walace Agostinho tem a receita. Os sabores são acentuados pelo prazer delicioso do som de chorinho e samba, que estão sempre no cardápio. O proprietário do bar ressalta que a qualidade do que se ouve interfere diretamente nas pessoas que frequentam o local.
“A própria qualidade da música seleciona as pessoas que vão ao Bico. Aqui, o nível é alto e isso atrai pessoas que gostam desse tipo de música. Não pode falar alto para não atrapalhar, tem que se comportar direitinho”, conta Walace.

Bico da Coruja

Wallace Agostinho

O proprietário do Bar Bico da Coruja, Walace Agostinho, lembra com satisfação da fundação do espaço, que foi batizado por um amigo seu, Tidinho Monteiro (já falecido). E segundo Walace, desde o início o Bico da Coruja vem atraindo talentos da música, abrindo suas portas para os apaixonados pelo chorinho e samba de raiz.

E com o passar dos anos, a sua proposta inicial não se desvirtuou. Ao contrário. Lá se reúne a nata dos chorões de Macaé, todos amantes da boa música e amadores, curtindo a união harmônica do cavaquinho, pandeiro, violão e bandolim, produzindo o melhor som da cidade.