A instituição, presente em 24 países europeus, havia explorado diferentes estratégias para permanecer em território brasileiro, incluindo a possível venda de sua operação nacional

O banco digital N26 oficializou o término de suas atividades no Brasil. A decisão, anunciada nesta quarta (7), ocorreu após um período de intensas tentativas de capitalização para sustentar as operações locais. 

A instituição, presente em 24 países europeus, havia explorado diferentes estratégias para permanecer em território brasileiro, incluindo a possível venda de sua operação nacional. Entretanto, o movimento estratégico para consolidar sua liderança no continente europeu prevaleceu, levando à concentração de esforços neste mercado. Esta escolha estratégica reflete a intensificação da concorrência entre os bancos digitais, e o N26, agora, volta sua atenção para fortalecer sua posição entre os principais bancos digitais na Europa.

Após estabelecer presença no Brasil há exatos dois anos e três dias, a empresa enfrentou um mercado já dominado por fortes competidores, como Nubank e Inter, além dos tradicionais grandes bancos. Segundo declarações de um CEO de um grande banco digital, o mercado brasileiro exige investimentos substanciais para garantir o crescimento, diferentemente do cenário em países menores da Europa. A concorrência acirrada, marcada pela falta de diferenciação significativa entre as fintechs e a cautela dos investidores em apostar nesse segmento, foram fatores que contribuíram para a saída do N26 do Brasil.

A retirada do banco do mercado brasileiro simboliza também o insucesso em se firmar fora das fronteiras europeias. Com a tentativa frustrada de expansão para o mercado americano e a recente descontinuação no Brasil, onde acumulou pouco mais de 200 mil clientes, o N26 enfrenta o desafio imposto pelo cenário econômico global adverso, marcado por juros elevados e exigência crescente por resultados sólidos para atrair investimentos. O cenário é considerado um “inverno” para as startups. O N26, que chegou a ter uma fila de espera de 800 mil pessoas no Brasil, segundo o então CEO Eduardo Prota, não conseguiu escalar a operação a tempo. Com informações do Estadão.