Arroxo do povo

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Com percentuais que extrapolam os limites de qualquer cálculo prudente para o equilíbrio da economia básica, o alto volume da carga tributária no país chega a um nível que reduz cada vez mais o poder de consumo da sociedade que sofre com o arroxo gerado pelo alto preço da corrupção.

Representando quase 50% dos R$ 5 pagos hoje por todos os motoristas que abastecem gasolina nos postos de combustíveis da cidade, o imposto cobrado por qualquer ato de consumo da população, deveria representar a garantia de serviços públicos eficientes, o que não é a realidade do país.

E quanto mais se paga taxas, reajustes e revisões tributárias, mais a sociedade sofre nas filas dos hospitais, na tentativa de vagas em escolas de qualidade, com as contas de consumo de energia, e com quase todos os alimentos adquiridos em mercados ou supermercados.

Na tentativa de cobrir o rombo dos bilhões roubados por esquemas descobertos pela Operação Lava Jato, mais o governo em exercício tenta tirar do povo a garantia de perpetuação de projetos de poder, que ainda não compreenderam a força da sociedade, que precisa se mobilizar.

Enquanto na Ilha da Fantasia, deputados, senadores e ministros não sentiram na pele os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, o povo sofreu, mesmo reconhecendo nos atos dos protestos, a voz daqueles que são oprimidos por um sistema que é destrutivo para o humilde, porém compensador para quem segue a cartilha da corrupção.

E para que tudo isso não tenha sido em vão, a sociedade precisa manter o grito de revolta, assumindo o empoderamento que só o voto é capaz de proporcionar, demonstrando a insatisfação com um modelo político e econômico arcaico, sem validade e que preza apenas a subsistência, de quem vira as costas para os anseios da nação.

Se a situação continuar como está, o país vai parar diversas outras vezes, não por bloqueios em estradas, ou acampamentos montados em Brasília.

Se o poder não compreender que está na hora de mudar o sistema político, o país não encontrará um caminho de superação, mas sim de enfrentamento e de caos.