Sua mudança de postura, no entanto, não passa despercebida e levanta questionamentos sobre seu desprestígio no governo petista.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, parece ter cedido ao jogo de interesses e abaixado a cabeça para Luiz Inácio Lula da Silva. Após a indicação controversa de Marcio Pochmann como novo presidente do IBGE, Tebet, que inicialmente resistia à interferência política na escolha, agora afirma que o economista será “bem-vindo” ao cargo. Sua mudança de postura, no entanto, não passa despercebida e levanta questionamentos sobre seu desprestígio no governo petista.

Tal reviravolta na posição da ministra é no mínimo intrigante. Enquanto antes ela se colocava firme em não permitir que a presidência do IBGE fosse decidida por critérios pessoais e políticos, agora, de forma surpreendente, diz acatar qualquer nome que o presidente Lula indicar. O consenso interno do ministério parece ter sido facilmente substituído por uma escolha unilateral, sugerindo que a independência e a meritocracia ficam em segundo plano quando a pressão política se torna insustentável.

Embora tente argumentar que não faz “pré-julgamentos”, suas ações sugerem exatamente o contrário. A troca na presidência do IBGE era debatida há semanas, o que torna evidente que a escolha de Pochmann já estava pré-determinada. A maneira como a ministra lida com a situação, em um primeiro momento negando o conhecimento do nome indicado e posteriormente se mostrando “avisada”, levanta suspeitas sobre a transparência e honestidade no processo de seleção.

A atitude de Simone Tebet em relação à nomeação de Marcio Pochmann para a presidência do IBGE deixa um gosto amargo de submissão política e falta de poder de decisão sobre seus subordinados. Sua aparente capitulação diante dos desejos de Lula, após resistência inicial, levanta dúvidas sobre sua autonomia como ministra do Planejamento e Orçamento. É decepcionante ver a política mais uma vez prevalecer sobre a competência técnica, comprometendo a credibilidade de uma instituição importante como o IBGE.

Por portal Novo Norte