Mortandade de peixes foi registrada na região. Populares realizaram o procedimento na sexta-feira de forma ilegal
Por conta das fortes chuvas que atingiram Macaé no final da semana passada, e deixaram o município em estado de calamidade, os recursos hídricos na cidade sofreram um aumento significativo nos seus níveis. Um deles foi a Lagoa de Imboassica, que novamente transbordou causando transtornos para quem mora no entorno.
A princípio, como medida emergencial, a prefeitura resolveu abrir o Canal Extravasor, com a autorização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) ainda na quinta-feira (8). No entanto, na sexta-feira (9), na parte da manhã, um grupo de populares realizou a abertura da barra da lagoa, próximo aos quiosques da Praia do Pecado, de forma irregular.
A prefeitura, por meio da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade, diz que está monitorando o caso e apoiando o Inea em fiscalizações na Lagoa de Imboassica.
Isso porque, quatro dias após o procedimento ser realizado, o cenário encontrado é o oposto do visto na semana passada. Com o escoamento da água para o mar, pontos de assoreamento já podem ser vistos.
Outro impacto que a medida resultou foi a mortandade de peixes nas primeiras 24 horas. Na manhã de domingo (11), a nossa equipe percorreu o local e encontrou ainda alguns animais mortos em meio a lama escura. Leitores enviaram imagens mostrando a grande quantidade de peixes mortos na lagoa e também na praia, cenário que se repete toda vez que o procedimento é realizado.
“Nada que a gente não esperasse que iria acontecer. Toda vez que realizam esse procedimento acontece esse grande impacto ambiental. A ocupação no entorno é que foi feita de forma errada. Agora todo um ecossistema, que já sofre com o lançamento de esgoto, é afetado por conta dessas medidas. Se isso foi feito de forma ilegal por populares, cabe ao poder público investigar para punir os infratores”, diz Marcelo.
A moradora do bairro, Carolina, ressalta que com o “esvaziamento” da lagoa, só ficou ainda mais evidente a presença de esgoto sem tratamento. “São mais de quatro anos de obras nessa região de saneamento e a lagoa ainda é um local de despejo de efluentes. Pode ver pela cor da água que saiu para o mar. Até no Cavaleiros dava para ver essa água escura e suja. A lama que ficou dentro do manancial está preta de tanto esgoto”, lamenta.
Há mais de um ano o boletim de balneabilidade do instituto Estadual do Ambiente (Inea), que faz o monitoramento e controle da qualidade da água no município, não tem divulgado os resultados na Lagoa de Imboassica.