Com os leilões, Agência Nacional do Petróleo quer atrair novos investimentos para o Brasil
A superintendente de Definição de Blocos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Juliana Vieira, disse na terça-feira (30), durante seminário técnico sobre a 16ª Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios e da 6ª Rodada de Partilha da Produção do Pré-Sal, no Rio de Janeiro, que os objetivos principais desses leilões são ampliar o conhecimento das bacias sedimentares brasileiras, acelerar o conhecimento do pré-sal, atrair novos investimentos para o Brasil, ampliar reservas e produção nacionais, além de descentralizar os investimentos exploratórios no país.
A 16ª rodada tem 36 blocos em oferta, sendo 12 nas bacias de nova fronteira de Camamu-Almada, Pernambuco-Paraíba e Jacuípe, e 24 blocos em bacias de elevado potencial, mas em regiões ainda consideradas de fronteira exploratória do pré-sal. O setor Pernambuco-Paraíba tem cinco blocos em oferta em lâmina d’água ultraprofunda, a mais de 60 quilômetros da costa. Os bônus mínimos para esses blocos variam de R$ 1,5 milhão a R$ 2,4 milhões.
Na bacia de Jacuípe, são três blocos ofertados, com bônus mínimo variando de R$ 1,7 milhão a R$ 2,6 milhões. Já a bacia de Camamu-Almada, também em águas ultraprofundas, tem quatro blocos em oferta, vizinhos aos blocos arrematados na 6ª rodada de petróleo e operados pela Petrobras, com bônus de R$ 2,3 milhões a R$ 3,3 milhões.
Na Bacia de Campos, no setor de água profunda 4, são três blocos ofertados. Destaque para o bloco 541, que representa a junção de outros quatro blocos de água profunda e é o maior da 16ª rodada, com bônus mínimo de R$ 1,3 bilhão. No setor água profunda 3, são quatro blocos em oferta, com destaque para o bloco 661, com bônus mínimo de R$ 141 milhões. Ainda na Bacia de Campos, no setor de água ultraprofunda 4, são seis blocos em oferta, em lâmina d’água acima de três mil metros, vizinhos aos blocos licitados na 15ª rodada. O bônus mínimo atinge R$ 116 milhões.
O último setor em oferta na 16ª rodada prevê a oferta de 11 blocos na Bacia de Santos. A superitendente da ANP destacou os blocos 883, 1008 e 1500 pela estrutura de grande relevância encontrada nessas áreas.
Pré-Sal
A 6ª rodada do pré-sal reúne cinco blocos em oferta nas bacias de Santos e Campos. Três deles – Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava são extensões de reservatórios já descobertos em áreas de concessão e deverão passar por um procedimento de individualização da produção. A Petrobras mostrou interesse em ser operadora nos blocos de Aram, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava. Nesses blocos, a garantia da fase de exploração é de R$ 278 milhões.
O bloco Norte de Brava, situado na Bacia de Campos, tem bônus de assinatura de R$ 600 milhões. Na Bacia de Santos, o bloco Cruzeiro do Sul tem bônus de R$ 1,15 milhão. O bloco Sudoeste de Sagitário tem bônus de assinatura de R$ 500 milhões. Juliana Vieira estimou que o bloco de Aram “pode vir ser a grande estrela” da 6ª rodada de partilha, “onde são colocadas as grandes expectativas, inclusive dele se tornar o terceiro maior campo do pré-sal do Brasil”. Devido a essa grande expectativa e ao volume que foi estimado para essa estrutura, o bônus de assinatura é de R$ 5,05 bilhões.
O último bloco da 6ª rodada é o de Bumerangue, na Bacia de Santos, no limite do polígono do pré-sal. Tem bônus de assinatura de R$ 550 milhões.
Cronograma
“O segundo semestre vai ser intenso”, disse a superintendente da ANP. O cronograma da Agência prevê a realização da 17ª rodada de blocos exploratórios de petróleo e da 7ª rodada de partilha da produção do pré-sal em 2020, com as 18ª e 8ª rodadas, respectivamente de concessões de petróleo e gás e partilha de produção do pré-sal, em 2021.
Juliana Vieira afirmou que as ofertas de blocos em bacias de fronteira, bem como em áreas de fronteira do pré-sal, onde ainda existem dúvidas sobre o tipo de fluido e o tipo de reservatório, visam aumentar o conhecimento e acelerar o desenvolvimento do pré-sal.
A oferta de blocos no litoral da Bahia e de Pernambuco objetiva descentralizar os investimentos exploratórios. “A grande expectativa com a 6ª rodada, principalmente com o bloco de Aram, com volume total estimado para a rodada de 42 bilhões de barris de óleo ‘in place’, não riscado, vai em linha com o objetivo de ampliar reservas e produção nacionais, já com bônus total de assinatura de R$ 7,8 bilhões”, manifestou.