Celio Junger Vidaurre

             Após essas deploráveis participações da maioria dos partidos políticos, sobretudo aqueles tradicionais que há décadas vêm a ser presididos por dirigentes ultrapassados como Roberto Freire, Roberto Jefferson e Carlos Lupi, tanto o PTB, o PDT e o CIDADANIA, nada de positivo fizeram para contribuir com as candidaturas majoritárias que apoiavam. Todavia, a grana controlada por eles, referente ao Fundo Eleitoral, foi utilizada em alto estilo, sem, contudo, elegerem ninguém.
            Os próprios dirigentes nacionais, sabedores que não tinham votos, nem sequer concorreram ao pleito de 02/10. Sendo que Roberto Jefferson impedido de concorrer por estar preso, procurou lançar toda a família em estados diferentes: seu filho Roberto Jefferson Filho foi candidato a deputado federal no Pará e obteve apenas 1.883 votos, mas levou R$2.5 milhões do Diretório Nacional do PTB. Cris Brasil concorreu a deputada federal por São Paulo e teve somente 6.730 votos, mas recebeu R$2.87 milhões do Fundo e Marcus Neskau, seu genro, disputou também uma cadeira de deputado federal no Rio de Janeiro e ficou com 24 mil votos, porém embolsou R$3 milhões do Diretório Nacional e Estadual do lendário PTB de Vargas.
               Essa festa com dinheiro do fundo partidário é prática também nos outros partidos. Vejam bem o que aconteceu com o CIDADANIA no Rio de Janeiro. Não conseguiu fazer um deputado estadual e nem um deputado federal. E para onde foram as verbas do Fundo Eleitoral? A distorção apresentada teve, claro, reflexo no resultado eleitoral que somente os dirigentes partidários não conseguiram enxergar. Estão sendo acompanhados passo a passo e no dia D os eleitores compareceram para exercer seus votos em seus concorrentes.
              Os desatinos praticados pelos dirigentes partidários são tão aparentes, mas, sem quaisquer denúncias eles passam a acreditar que estão operando corretamente. Só que quando chegam as eleições o resultado é o que se viu: um vexame de votos. Mas, e o dinheiro do Fundo, para onde foi, insista-se? Para não perderem essas vultosas verbas do Fundo Partidário Eleitoral, os partidos já estão articulando fusões entre si, para não perderem tais verbas do Fundo e também o tempo de televisão.
             O que está previsto a partir de 2023 quando da volta ao Parlamento, os deputados eleitos contarão com apenas 19 representações partidárias em condições de permanecer com melhores expectativas, fato que não ocorria por 20 anos. Nesse novo patamar após o pleito passado, os partidos, como já se disse, darão início a uma nova temporada de fusões. Já houve a decisão de se fundirem o SOLIDARIEDADE e o PROS, para formar um novo partido. Isoladamente, essas siglas de aluguel não teriam mais condições de sobreviverem. Outra fusão anunciada será entre o PP e o UNIÃO BRASIL. Da mesma forma, seguirão as outras agremiações menores que não conseguiram grandes coisas no último pleito.
             No mais, é assistir a esse absurdo de realidade quando quase 40 milhões de brasileiros vivem em “casebres”, sem empregos, numa situação cruel que os separa de outras classes. Enquanto isso, acontece o embate de Lula, do PT, contra Bolsonaro, do PL, propondo ambos uma mudança no sistema. Vivemos numa situação grave em que cada um deve refletir e saber o que será melhor para o país. Pelo menos, o filho de Sérgio Cabral não se elegeu, os filhos de Jorge Picciani também não, a mulher do ex-governador Witzel só teve 400 e poucos votos para deputada federal e a sogra 200 poucos para deputada estadual. De agora em diante alguns filhos e algumas esposas desses políticos corruptos deverão procurar o que fazer em outras atividades. Sobre os filhos de corruptos que ainda detêm mandatos, devemos esperar mais um pouco.
             SE ALGUNS PARTIDOS POLÍTICOS CONCORDAM OU DISCORDAM O TEMPO TODO, ATRAVÉS DE SEUS DIRIGENTES, ENTÃO ELES SÃO INÚTEIS.