A unanimidade que é possível encontrar em meio ao caos político que taxou o processo eleitoral recém-encerrado está na expectativa de todos os brasileiros de um caminho de recomeço, algo tão importante quanto o discurso de ódio, para lavar a alma daqueles que sofrem com a recessão, imposta pela crise e pela corrupção.

No emaranhado de fatores que afundaram a prosperidade da nação, cujos efeitos ainda são nocivos a todos os setores de base da economia enfraquecida, há um fio de esperança que surge através do petróleo, e também da força do povo brasileiro de se regenerar, ao passo que a pressão faz a pérola surgir dentro da rigidez das ostras.

E tão valiosa quanto a pedra preciosa, Macaé ressurge como um oásis em meio a hostilidade política, aquela que ainda não é capaz de apontar um novo futuro para o país, mesmo diante do resultado das urnas.

Empobrecido, não pelo aspecto orçamentário, que aliás está prestes a retomar o patamar invejável a nível nacional, o município requer um novo fôlego que reencontre todos os aspectos vocacionais que o permitiram se transformar em parâmetros, de desenvolvimento de progresso, conceitos que ainda serão difíceis de ilustrar a futura história do país.

Enquanto não houver pulso firme nas decisões que tangem a reconstrução da visão da cidade como progressista no arcabouço da indústria do petróleo, eis que os dias ainda serão tão perdulários quanto as perdas das receitas que deixam de ser aplicadas no cotidiano duro das classes mais desfavorecidas.

Se a ótica futura ainda pesar sobre a ode dos subsídios, Macaé não vai caminhar pra frente. E isso requer um arrojo administrativo que não cabe a uma gestão que segue sempre com o freio de mão puxado, avaliando os índices de popularidade, temendo o surgimento de novos messias.

Essa realidade virtual política não vai durar pouco. Embora, o artifício adotado desde as eleições de 2016 pelo governo que segue o seu curso hoje, cria uma falsa sensação de estabilidade que está muito mais ligada ao aprisionamento dos cargos comissionados, e na barganha eterna com a Câmara, que uma verdadeira aceitação popular. E isso, meus caros, está prestes a ruir.