Vereadores da base aliada do governo já antecipam posicionamento sobre parecer do TCE
Independente da análise do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), ainda sob suspeição por conta da prisão de conselheiros investigados pela Operação Lava Jato, a avaliação do desempenho fiscal do governo, sobre a gestão aplicada em 2016, já conta com o número de votos suficientes para ter aprovação no plenário do Legislativo.
Assim como ocorreu com as contas de 2015, aprovada com folga pela base aliada do governo na sessão ordinária de quarta-feira (22), a análise sobre a gestão fiscal do Executivo referente a 2016, está prestes a entrar na pauta de votação da Casa. E mais um episódio de ataques da oposição e defesas da situação está sendo ensaiado.
Tão orgânicos como a fidelidade às legendas partidárias, os nove vereadores que votam de acordo com os interesses do governo, seguem aliados ao prefeito. E até mesmo a rebeldia de formalizar um projeto político focado na sucessão em 2020, que possui Welberth Rezende (PPS) como o futuro cabeça de chapa, não abalou esta relação, configurada através do chamado “voto político”.
O peso que a aprovação das contas do prefeito possui sobre a independência nas relações entre o Legislativo e o Executivo pode ser medido através do discurso do vereador novato Christino Gelinho (PTC). Apesar de ter sido um dos 10 votos favoráveis à aprovação das contas, ele bradou e negou ter se aliado ao prefeito, embora não esconda a vontade de visitar o quarto andar da sede do Executivo, o Palácio da Rua da Praia.
Da oposição, fica marcado o esforço de se debruçar sobre a análise do TCE ao destrinchar um calhamaço de papel, de quase 200 páginas com números e expressões técnicas, os cinco vereadores que seguem a bravura de se voltarem contra o prefeito, cumprem seu papel, ao marcar o lado oposto do plenário.
E quem assistiu a discussão de quarta-feira, fica sem compreender todos os descaminhos que apenas a política é capaz de provocar neste processo.
Apesar do corpo instrutivo do TCE, formado por técnicos que verdadeiramente avaliam o desempenho da gestão municipal, indicar a rejeição das contas por identificar despesas não previstas, pagamentos sem a devida previsão orçamentária e até déficits, o voto político dos relatores e conselheiros do Tribunal é o que garante a aprovação prévia das contas. A Câmara só faz o seu papel, sendo oposição ou situação.