Ele sugere que, para considerá-los democráticos, seria necessário alterar o próprio conceito de democracia, adaptando-o para uma noção onde a cidadania é ofertada pelo Estado sob a liderança de um partido ou líder específico.
O artigo publicado hoje na revista Crusoé traz uma análise contundente de Augusto de Franco sobre a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) com o conceito de democracia. Franco argumenta que, segundo as definições clássicas de democracia, baseadas nas obras de filósofos e pensadores como Spinoza, Locke, Montesquieu, Rousseau, entre outros, não seria possível classificar Lula e o PT como democráticos.
De acordo com Franco, a democracia, conforme entendida por estes pensadores, difere substancialmente da prática política de Lula e do PT. Ele sugere que, para considerá-los democráticos, seria necessário alterar o próprio conceito de democracia, adaptando-o para uma noção onde a cidadania é ofertada pelo Estado sob a liderança de um partido ou líder específico. Essa definição, argumenta Franco, poderia também se aplicar a regimes como o de Miguel Díaz-Canel em Cuba.
Franco acusa Lula e o PT de tentarem “sequestrar” o termo democracia, redefinindo-o para se alinhar com suas práticas políticas, que ele considera não democráticas. Ele menciona uma declaração de Lula sobre Cuba, onde o ex-presidente elogia os avanços do país em educação e dignidade, apesar do bloqueio econômico. Para Franco, isso é um exemplo de como Lula e o PT desviam do conceito tradicional de democracia.
Finalmente, o artigo de Franco na Crusoé aponta para as alianças internacionais de Lula e do PT, criticando-as por se alinharem com autocracias ao redor do mundo, em detrimento das democracias liberais. Ele menciona especificamente o alinhamento com países como China, Rússia e Irã, e a participação no grupo BRICS, que, segundo ele, é composto majoritariamente por ditaduras.