Eduardo Antonello, chairman da Macaw Energies

Com previsão de entrada em operação no segundo semestre de 2024, a planta de liquefação, que será implementada em parceria com o Grupo Vale Azul, terá capacidade inicial para processar até 300 mil m³/dia, com expectativa de alcançar 2 milhões de m³/dia

A Macaw Energies, subsidiária da LNG Golar, estabeleceu uma parceria com o Grupo Vale para implementar o primeiro projeto de liquefação de gás natural doméstico no Sudeste. A planta, que será instalada em Macaé (RJ), terá capacidade inicial para processar volumes de até 300 mil m³/dia, podendo alcançar 2 milhões de m³/dia. O inicio da operação está previsto para o segundo semestre de 2024.

A unidade produzirá GNL e GNC. O objetivo é estabelecer rotas de suprimento robustas e confiáveis nos principais eixos rodoviários do Sudeste. No futuro, a companhia pretende replicar o modelo em estados como Bahia, Sergipe e Alagoas, onde vislumbra potencial para firmar contratos com produtores independentes. No Sul, a ideia é buscar parceria com terminais de GNL para realizar o transbordo do produto.

“A planta de liquefação será praticamente uma refinaria”, disse Eduardo Antonello, chairman da Macaw Energies, ao PetróleoHoje

Atualmente, a companhia está na etapa final de aquisição de uma empresa de GNC e de uma comercializadora de gás. Paralelo a isso, possui quatro projetos em andamento fora do país. Após a capitalização inicial, a meta é levantar cerca de US$ 200 milhões para investir. “Nossa ambição é ser empresa de midstream focada no cliente final”, disse Antonello.

De acordo com o executivo, a empresa vai tecer uma rede de distribuição de GNL e GNC para abastecimento de rotas de veículos pesados como ônibus e caminhões. Segundo ele, a missão da Macaw é apoiar a busca dos consumidores de gás natural, GLP, diesel e gasolina pela melhor solução energética.

Outro foco reside na parceria com clientes industriais consumidores de gás natural que hoje pagam altas penalidades devido a ineficiência do regime regulatório dutoviário. “A ANP tem que facilitar mais os processos de contratação de entrada e saída dutoviária. O custo da malha de transporte é quase proibitivo”, apontou.

Na visão dele, é possível otimizar o processo de compra de gás no país, aprimorar o portfólio de suprimento dos clientes e reduzir seus custos para obtenção da molécula. “Mesmo com a criação da figura do consumidor livre, existe uma complexidade e falta de conhecimento muito grande no mercado sobre comercialização e compra de gás. Então, quereremos esta na ponta final do consumo de grandes clientes”, concluiu.

Por Felipe Salgado