De acordo com dados do ISP, nos cinco primeiros meses deste ano, foram registrados 80 homicídios
O mês de junho já é considerado o mais violento dos cinco primeiros meses de 2018. O número de assassinatos é mais que o dobro do registrado no mesmo mês do ano passado. No acumulado nesse primeiro semestre já são 80 vidas ceifadas, que, segundo a Polícia Militar, a maioria dos crimes está ligada ao tráfico de drogas ou acerto de conta.
Somente até o dia 25 deste mês, 14 pessoas foram mortas na Capital Nacional do Petróleo. O número é mais que o dobro de todo o mês de junho do ano passado, quando foram 4 homicídios, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o comandante do 32° Batalhão de Polícia de Macaé (BPM), tenente-coronel, Rodrigo Ibiapina, de uns meses pra cá a maioria dos crimes tem ligação com a guerra entre facções criminosas e tráfico de drogas.
“Estamos trabalhando diariamente para estancar o índice de criminalidade na cidade e em todos os seis municípios de abrangência do 32° BPM. O trabalho é árduo e tem como objetivo reduzir o número de crimes”, comentou Rodrigo Ibiapina, que enfatiza ainda que o trabalho era para conter os homicídios e não ultrapassar 9 homicídios, mas a meta não foi alcançada.
Para o cientista político, Júlio Boldrini, a situação é um reflexo da falta de investimento em segurança pública. “Não podemos culpar a Polícia Militar sobre a sensação de insegurança na cidade. O número de agentes é pouco para atender seis cidades que também sofrem com a falta de política pública. Com esse tipo de carência por parte dos governantes, o índice de crimes acaba aumentando e pode perder o controle”, enfatiza Júlio.
De janeiro a junho do ano passado, foram registrados 50 assassinatos em Macaé. No primeiro semestre deste ano o número chegou a 80, um aumento de 60%.
Os constantes confrontos entre facções criminosas pela disputa por territórios para o tráfico de drogas, são, segundo a Polícia Militar, os principais fatores para o alto índice de homicídios na cidade. Para os moradores, que ficam em meio a esse fogo cruzado, a situação é preocupante.
Os confrontos entre traficantes dos bairros Novo Horizonte, Cajueiros, Nova Holanda, Aroeira, Malvinas, Engenho da Praia e Lagomar, já viraram rotina, inclusive até toque de recolher imposto por criminosos nas comunidades e intensa troca de tiros entre bandidos já foram registrados. Outras comunidades também como Morro do Carvão, Favela da Linha, Aroeira, Botafogo e Aroeira, vivem momentos de terror.
A violência não para por aí. O número de roubos a pedestres também aumentou no município. De janeiro a maio de 2017, foram registrados 175 casos e 24 a estabelecimentos comerciais. No mesmo período deste ano foram 214 assaltos a pedestres e 28 a estabelecimentos comerciais.