Leilão confirma recuperação da indústria nacional do petróleo

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Gilson Coelho é secretário-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro)

Apesar da tradicional volatilidade do setor de óleo e gás, além das turbulências do mercado interno, a indústria nacional do petróleo confirmou a trajetória de recuperação diante do resultado do leilão de pré-sal realizado na última quinta-feira (7), em que três blocos foram ofertados por R$ 3,15 bilhões a grandes empresas.

“Esses leilões que vêm acontecendo demonstram o apetite do investidor e a confiança de que o País pode ter um novo ciclo de crescimento”, afirmou o secretário-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro), Gilson Coelho.

Na visão dele, a partir da definição de um calendário de leilões de óleo e gás após anos sem certames no setor, o Governo do Brasil conseguiu impor uma agenda positiva e dar condições para que os investimentos voltassem a ocorrer nessa área. “O Brasil chegou a esse ponto. A falta de leilões foi letal, a indústria precisa de previsibilidade”, explicou o executivo. “O setor tem conseguido crescer nos últimos dois anos o que deixamos de crescer em cinco”, comemorou.

Mudanças regulatórias

Nos últimos dois anos, as mudanças implementadas pelo Governo do Brasil no setor foram determinantes para retomar a atividade de exploração e criar uma expectativa de investimentos e crescimento.

Um marco regulatório claro, regras de conteúdo local sem intervencionismo e, ainda, a desobrigação da Petrobras em participar de todos os consórcios de exploração foram determinantes para injetar ânimo ao mercado dessa área, conforme apontou Coelho. “Essa atratividade ocorre em cima de uma crise em que o País vive. Mesmo assim, a indústria está tocando a agenda positiva que o governo colocou”, disse.

Rodadas anteriores

As duas rodadas do pré-sal ocorridas no ano passado geraram forte concorrência com atração de investimentos estrangeiros, e arrecadou R$ 6,15 bilhões em bônus de investimentos.

Já a 14ª e 15ª rodadas de blocos exploratórios, em regime de concessão, também contaram com forte concorrência e resultaram em uma arrecadação de R$ 3,8 bilhões e R$ 8 bilhões, respectivamente.

A partir da nova política, foi possível planejar os próximos leilões até 2019, incluindo mais uma rodada de áreas do pré-sal. Ao todo, é esperado que se obtenham mais de US$ 100 bilhões em royalties e US$ 80 bilhões em investimentos nos próximos anos. Apenas em 2018, a estimativa do Governo do Brasil é arrecadar R$ 18 bilhões com os certames de óleo e gás.