Muito mais que a disputa geopolítica, focada em assumir a prioridade em investimentos na logística do petróleo, as cidades que vivem sob a influência da dinâmica da Bacia de Campos encaram hoje uma nova realidade bilionária, força capaz de atiçar ainda mais a concorrência entre os municípios ditos como produtores.
Em um Estado que ainda tenta se restabelecer de forma tributária, ao prever déficits na arrecadação em 2019, quatro municípios possuem o privilégio de estimar orçamentos acima dos R$ 2 bilhões, dinheiro suficiente para criar infraestrutura e gerar desenvolvimento, pelo menos para aqueles que tenham eficiência e comprometimento.
Na terceira colocação entre as quatro cidades mais ricas, Macaé não possui mais o privilégio de se autoprotocolar Capital Nacional do Petróleo, já que Maricá e Niterói também exercem forte influência sobre a nova dinâmica do mercado de óleo e gás.
No município que nos últimos seis anos somou mais de 10 bilhões de reais em receitas, nenhuma grande obra foi capaz de ser realizada com objetivo de amenizar os custos das empresas já sediadas na cidade e que atendem a logística da Petrobras.
No caminho oposto, as “primas” ricas se preparam para o novo boom que as atividades de exploração e de produção de petróleo irão gerar na região, vista as análises do próprio governo federal e das instituições ligadas ao setor.
O principal compromisso dos atuais gestores das cidades do petróleo não é repetir orçamentos retalhados, projetos requentados e promessas inviáveis. A crise recente demonstrou que é preciso estar preparado e não mais comprometido com sistemas que esvaem o dinheiro do povo.
Vai sair na frente a cidade que se planejar e tornar o dinheiro público eficiente, sem estar presa ao passado e sim de olho em um futuro próspero.