A Rede buscava obrigar o governo a adquirir a Coronavac, vacina desenvolvida pela Sinovac chinesa em colaboração com o Instituto Butantan.
Cristiano Zanin, ministro indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Lula, tomou uma decisão que ecoou fortemente nos círculos políticos petistas. Zanin, que já foi advogado pessoal de Lula, arquivou uma ação movida pela Rede Sustentabilidade contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação, protocolada em outubro de 2020, acusava Bolsonaro de suposta omissão na compra de vacinas durante o auge da pandemia de Covid-19.
A Rede buscava obrigar o governo a adquirir a Coronavac, vacina desenvolvida pela Sinovac chinesa em colaboração com o Instituto Butantan. Zanin justificou sua decisão argumentando que o processo tinha perdido relevância, uma vez que a situação pandêmica estava sob controle e as vacinas já haviam sido administradas, indicando que o “quadro fático e sanitário” estava estabilizado.
A decisão de Zanin no STF causou expectativas e surpresas entre os membros do Partido dos Trabalhadores (PT), que anteriormente o haviam apoiado. Sua atuação em decisões anteriores, como o voto contrário à descriminalização do porte de maconha e outras decisões que desagradaram à esquerda, gerou questionamentos e críticas. A tensão cresceu à medida que o julgamento do marco temporal se aproximava, fazendo com que o PT alfinetasse Zanin de forma velada em um comunicado recente. No documento, o partido expressou sua expectativa de que o STF continuasse a defender os direitos dos povos indígenas, ressaltando algumas decisões progressistas da Corte, como a equiparação das ofensas à comunidade LGBTQIA+ ao crime de injúria racial, em que Zanin ficou ao lado dos ministros vencidos.