Evento na Firjan Norte Fluminense mostrou exemplos de empreendedoras de sucesso e destacou a importância em se formalizar as empresas
Comemorando os dois anos de criação do “Mulheres na Indústria do Norte Fluminense”, a Representação Regional da Firjan em Campos sediou nesta terça-feira (28/03) o workshop “Empreendedorismo Feminino”, promovido pelo grupo que busca contribuir com a diversidade no mercado de trabalho da região. O encontro reuniu a empresária Carla Pinheiro, sócia diretora da Art’Lev Design de Joias, presidente da AjoRio e diretora da federação, onde preside o Conselho de Mulheres; e a advogada Paloma Araújo, membro da comissão de empreendedorismo jurídico da OAB e mentora na área.
“Este workshop traduziu uma de nossas principais missões deste grupo, que é não só estimular cada vez mais a participação feminina no mercado de trabalho, como também qualificar novas lideranças. Com ações como esta, podemos ajudar muitas mulheres a galgar postos de gerência nas empresas, além de torná-las promotoras do desenvolvimento regional”, comemorou Monalisa Crespo, idealizadora do grupo e representante do Sindicato das Indústrias de Vestuário de Campos (Sindvest).
Com a participação de 52 mulheres, o evento foi aberto pelo presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, que saudou a importância do evento e da participação feminina nas gerências das empresas. Carla Pinheiro destacou que a indústria registrou o maior crescimento de mulheres em cargos de liderança, um aumento de 7,8% contra 4% em outros setores.
A empresária também ressaltou as ações do Conselho Firjan de Mulheres, baseado em três pilares: promover a equidade de gênero em posições de liderança; ações de desenvolvimento profissional; e fomento e apoio ao empreendedorismo feminino – como por exemplo, a criação do Fundo de Amparo ao Emprego, Qualificação e Empreendedorismo Feminino, objeto do projeto de lei 674/2022, que a Firjan luta para ser aprovado na Alerj.
“Precisamos de mais mulheres com poder de decisão nas empresas, e isso vai além de uma questão de equidade, pois um ambiente de negócio focado na diversidade é reconhecidamente mais produtivo e criativo. Então a federação, por meio do Conselho de Mulheres e da Firjan SENAI, vem promovendo diferentes cursos focados na qualificação feminina, além de apoiar junto a entidades financeiras e o poder público, linhas de crédito exclusiva para o público feminino”, disse Carla Pinheiro.
A advogada Paloma Araújo iniciou sua palestra com um histórico dos direitos das mulheres ao longo dos anos – incluindo conquistas básicas relativamente recentes, como a Lei de do Divórcio, de 1977, e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, que reconheceu como dever igualitário do pai e da mãe promover o sustento familiar.
“Até 60 anos atrás, a mulher não tinha direito sequer a CPF. Então era impossível empreender e conquistar a independência financeira, pois até para abrir uma conta no banco era preciso a ajuda do marido. Então é algo que ainda está muito incrustado na sociedade, por isso é preciso haver a conscientização de que a comercialização de um produto simples é também um empreendimento, e que sem a formalização desse negócio elas muitas vezes perdem oportunidades de crescimento”, explicou Paloma.
O grupo Mulheres na Indústria do Norte Fluminense foi criado em 2021, no auge da pandemia. O objetivo é valorizar e incentivar a inserção feminina nas indústrias, como acontece nestes dois anos com uma série de encontros e discussões sobre o papel feminino no mercado de trabalho, além de campanhas de solidariedade.