Governador abre espaço para diálogo com lideranças que estiveram em palanques opostos na campanha
Ao abrir mão de uma velha estratégia que sustentou a administração dos seus antecessores, presos hoje pela Operação Lava-Jato, o governador Wilson Witzel (PSC) se distancia dos debates sobre a eleição da presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), mas costura de forma transparente relações com parlamentares que possuem o perfil de trabalho. Ao visitar Cabo Frio no sábado passado (12), Witzel não arrastou apenas uma ode de prefeitos dos municípios da Região dos Lagos, como também uma legião de parlamentares, estaduais e federais, eleitos nas cidades do interior do Rio.
Entre as lideranças, dois nomes se destacaram: os dos deputados estaduais eleito Welberth Rezende (PPS) e o suplente, Chico Machado (PSD). E como a fotografia publicada nesta matéria demonstra, o tempo de campanha passou. Agora é hora de trabalho.
Welberth garantiu a sua primeira vitória na Alerj através de uma oportunidade gerada por Conte Bittencourt (PPS), presidente do seu partido, que concorreu ao posto de vice-governador ao lado do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM).
Já Chico embarcou no projeto liderado pelo ex-deputado Índio da Costa. Por não alcançar o desempenho desejado, o bloco do PSD declarou apoio a Witzel no segundo turno. Independente do posicionamento das urnas, Welberth e Chico passam a construir uma carreira-solo na Alerj. E isso já foi identificado pelo governador.
Muito mais estratégica que a consolidação de um porto em 180 dias, Macaé é essencial para a construção do Estado. E o governador, que esteve duas vezes na cidade durante a campanha, sabe muito bem disso.
Agora, com o primeiro contato estabelecido em Cabo Frio, Welberth e Chico começam bem os seus mandatos, encontrando o caminho ideal para desenvolver o trabalho que marcou as suas trajetórias políticas na cidade: a construção de uma relação institucional com o governo, atendendo as demandas da cidade.