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Vice-diretor do Nupem fala sobre a interiorização da UFRJ

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Professor e pesquisador Francisco Esteves foi um dos pioneiros na cidade ainda na década de 80

Um dos grandes nomes do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade Nupem/UFRJ, o vice-diretor, professor e pesquisador Francisco de Assis Esteves, falou recentemente à Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ADUFRJ) sobre a experiência da interiorização da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ele foi um dos pioneiros na cidade. Em 1983, iniciou as pesquisas na Capital do Petróleo. Quem vê hoje o Nupem com laboratórios e toda infraestrutura necessária, não imagina que antes tudo era feito com poucos recursos. “Viajava dirigindo uma kombi azul com alunos, equipamentos de pesquisa e barracas. Eram 14 horas na estrada”, relembra. “Quando a universidade pública vai para o interior, ela promove o desenvolvimento da região. Assim aconteceu com Piracicaba, Londrina e São Carlos. Se a gente conseguir organizar o que já temos em Macaé, a UFRJ pode servir de modelo para outras universidades. Precisamos transformar todo aquele investimento que a universidade já fez em desenvolvimento”, explica Esteves.

Ele enfatiza que até hoje enfrenta muita resistência para que isso ocorra. “Apesar disso, conseguimos provar que é possível a universidade fazer interiorização com excelência no ensino, na pesquisa, na extensão. O NUPEM/UFRJ é nosso exemplo concreto. Ainda há quem acredite que a UFRJ é uma universidade somente da capital. Isto é um grande equívoco. Temos compromisso com a construção da nação brasileira”, avalia.

Francisco Esteves fala sobre os avanços da interiorização da UFRJ. “Hoje realizamos pesquisas de excelência com compromisso social para desenvolver a região e que impactam diretamente na vida das pessoas. Formamos excelentes quadros. Temos projetos de extensão com estudantes das escolas públicas, com professores da rede estadual. A universidade está atuante e plena na sua missão institucional de promover o bem estar dos cidadãos brasileiros que vivem em Macaé e região”, conta.

O vice-diretor analisa os dois extremos entre o Nupem, que apresenta uma grande infraestrutura, e o campus na Cidade Universitária, que sobre com alguns problemas, como a falta de professores, por exemplo.

“Houve dois problemas centrais. A gestão ficou aquém dos desafios que a implantação de um campus nos impõe. Haveria necessidade de termos um conjunto de professores da UFRJ experientes em interiorização. O outro problema é que a grandeza do projeto exige mais presença da administração central nos novos campi. Nossa missão inegociável é criar em Macaé uma universidade nos padrões acadêmicos, que é a tradição da UFRJ, e não uma universidade que funcione como um colégio”, ressaltou.

Por fim, o professor explica que não há um segredo sobre o caminho a ser seguido para o desenvolvimento da instituição no interior. “É só seguir o modelo exitoso do NUPEM/UFRJ, ou o modelo USP/Ribeirão Preto, da Federal de São Carlos, da Unicamp, da Federal do ABC. Há muitos exemplos. Por que não seguir um destes?”, finalizou.

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