Grupos católicos LGBTQIAP+ mostraram-se decepcionados com as posições do Vaticano, marcando a primeira vez que a instituição critica fortemente a “ideologia de gênero”
O Vaticano publicou nesta segunda-feira (8) o documento “Dignitas infinita”, criticando o aborto e a mudança de gênero, considerando-os ameaças à dignidade humana. O texto, de quase 20 páginas e aprovado pelo papa Francisco, manifesta a posição da Igreja frente a esses temas, especialmente após controvérsias internas sobre bênçãos a casais homoafetivos. O cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé e próximo do papa, expressou em coletiva que a defesa de leis favoráveis a essas práticas por alguns católicos é uma violação dolorosa dos direitos humanos.
Além disso, o documento abrange questões importantes do pontificado de Francisco, como guerra, direitos dos migrantes, pobreza, ecologia, justiça social e violência na Internet, defendendo também os direitos das pessoas LGBTQIAP+. A gestação por barriga de aluguel e a aceitação do aborto são destacadas como contradições à dignidade humana, refletindo uma grave crise moral.
Grupos católicos LGBTQIAP+ mostraram-se decepcionados com as posições do Vaticano, marcando a primeira vez que a instituição critica fortemente a “ideologia de gênero”. O texto reitera o respeito devido às pessoas LGBTQIAP+, apesar de sua firme oposição à eutanásia e ao suicídio assistido.
Desde 2013, o papa Francisco enfatiza a necessidade de uma “Igreja inclusiva”. O documento “Dignitas infinita” surge como uma tentativa de esclarecer a doutrina da Igreja e mitigar as divisões internas.
Por portal Novo Norte