Coluna Espaço Aberto - Odebateon

Não tenha dúvida de que a crise é mais feia do que muita gente possa pensar. E a classe política, passado o Carnaval, e iniciado o isolamento por causa do coronavirus, entrou em recesso e ninguém, ou quase ninguém, bota a cara na reta.

Para muitos, até que é bom, mas um pouquinho mais à frente, quando acabar a fase de isolamento social e o povo começar a ganhar as ruas, vai haver uma grande expectativa do encontro do político com o eleitor. Aí, “quem não meter a mão no bolso para ajudar”, está arriscado a perder o voto.

Como será essa campanha, afinal? Parados os atores políticos não estão. Tanto que existe o movimento de filiação e troca de partidos já que a janela aberta para permitir a troca de legenda acaba dia três de abril. Depois, vem a paciência de Jó, aguardar a convenção partidária que deverá acontecer no final do mês de julho até 10 de agosto, quando se inicia o período de registro de candidaturas.

Enquanto alguns pré-candidatos elaboram plano de governo e outros até já o tem, outros vão procurando alternativas para permanecer na mídia e aí vale tudo. As redes sociais abertas para quem delas desejar fazer uso, vai tomando o lugar do santinho, da imagem na televisão e outros meios de aparecerem, sempre distante dos eleitores. Ou seja, estarão seguros pela barreira de ninguém poder tocás-lo mas… e aí é que o bicho pega, dependendo do aplicativo a ser usado, poderá ou não receber o troco do que o eleitor não concordar.

Esta será, não tenham dúvida, uma eleição atípica porque as fake news vão fazer a festa e as bancas de advogados deverão ter muito trabalho pela frente. Não é à toa que alguns temerosos teimam em pressionar os atuais membros do Congresso para, aproveitando o “pavor do vírus”, pedir o adiamento das eleições, já desconsiderado pelo ministro Luis Barroso, futuro presidente do TSE. E você aí, que ensaiou até agora, vai ou não ser candidato?

Em banho Maria…

Muitos sabem o que é o banho Maria, não? Para os mais novos que certamente não conhecem, banho Maria é o modo de aquecer, derreter, cozinhar ou evaporar qualquer substância em que o recipiente que a contém é colocado dentro de outro recipiente com água fervente ou quente. Fácil de entender, não? Pois é. Assim estão os pretensos pré-candidatos para as eleições deste ano. Estão na panela ainda fria, esperando esquentar o fogo da campanha pré-eleitoral e sair pronto para o deguste final. Quem souber cozinhar bem o eleitorado e conseguir um reduto forte e quente para suportar o calor do fogo, poderá ter sucesso.

Mas tem aqueles que sequer terão lenha para queimar e esquentar a água, mas vai fazer parte da lista para preencher as nominatas de candidatos a vereador, cabendo 30% das vagas para as mulheres que, desta vez, não querem apenas ser “laranjas” e prometem lutar ombro a ombro para conquistar o poder. Como existem registrados no Tribunal Superior Eleitoral 35 partidos, se todos eles tiverem diretório ou comissão provisória legitimada no município, e lançarem os pretensos candidatos, imagina-se que a cidade poderá ter 875 concorrentes.

Como não haverá coligação partidária, ou seja, serão eleitos os candidatos que conseguirem atingir o quociente eleitoral, somados todos os votos da legenda, não vai ser tão fácil para os pré-candidatos atingirem os sufrágios necessários. Mas como a disputa está posta e a corrida eleitoral já começou, quem deve largar bem na saída e na chegada, deve ser o time do Doutor que, com a onda do corona vírus, acabou tendo reconhecido os méritos de um bom gestor, depois de tantos arranhões e vidros quebrados e estilhaçados pelo caminho que ainda não se sabe se haverá tempo de recolher os pedaços para recompor seu espelho. Enfim, vamos que vamos.

 

PONTADAS

Gente, continua feia a coisa. Mesmo na briga das pessoas contra o coronavirus, e depois de tanta gente presa por conta de corrupção durante as operações da Lava Jato, não é que uma Juíza do Tribunal de Justiça da Bahia foi presa depois de receber R$ 250 mil de propina? A Polícia Federal gravou e monitorou as cédulas que foram marcadas. Tudo por conta da Operação Faroeste, que já prendeu quase todo TJ de lá.

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A campanha “Todos pelos negócios locais” direcionada a consumidores e pequenas empresas, que não sabem a quem apelar para se recuperar da crise provocada pelo coronavirus que obrigou os estabelecimentos a fecharem as portas e mandarem os empregados para suas casas em regime de quarentena, pode dar um ótimo resultado se todos entenderem que deve ser dado um crédito de confiança para superar a crise.

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A população de modo geral, por sinal, a mais sacrificada com a quarentena, não sabe ou nem imagina como será o futuro para voltar a ter renda mensal e sobreviver sustentando a família. Mas parece que já está circulando nas altas esferas do parlamento a alternativa de haver corte de salário de servidor público, que nunca nada sofre com as consequências, seja ela qual for. Será?

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Até domingo.