Neste novo conjunto de Twitter Files, os documentos sugerem que o TSE, com a colaboração de Moraes, pode ter tentado minar a democracia brasileira.
O jornalista americano Michael Shellenberger revelou na última quarta-feira (3), documentos chamados “Twitter Files”, que indicam uma possível repressão à liberdade de expressão no Brasil. Segundo Shellenberger, o ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, estaria à frente dessa ação. As revelações foram comparadas à série de documentos divulgados em 2022 por Elon Musk, que mostravam a interação do Twitter com autoridades americanas para controlar certas narrativas, incluindo assuntos relacionados a Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden.
Neste novo conjunto de Twitter Files, os documentos sugerem que o TSE, com a colaboração de Moraes, pode ter tentado minar a democracia brasileira. Isso incluiria pedidos de informações pessoais de usuários do Twitter e acesso a dados internos, ações descritas como ilegais. A evidência apresentada baseia-se em trocas de emails entre a equipe jurídica do Twitter no Brasil e nos EUA, detalhando tentativas de coletar informações sobre usuários que apoiavam o voto impresso auditável, além de investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
Emails específicos revelados por Shellenberger mostram que o TSE procurou identificar donos de perfis que utilizavam certas hashtags e diminuir o engajamento com esses conteúdos. Num email de 25 de outubro de 2021, o consultor jurídico do Twitter, Rafael Batista, expressou preocupação sobre a exigência do TSE de desmascarar usuários baseados no uso de hashtags específicas, considerando tal ação ilegal.
Em outra parte das comunicações, Diego Gualda, chefe do departamento jurídico do Twitter para a América Latina, relatou uma reunião com Alexandre de Moraes, na qual a Polícia Federal (PF) e a equipe técnica do TSE também estavam presentes. Gualda observou uma pressão atípica sobre a PF para entregar resultados concretos nas investigações relacionadas às hashtags promovidas por Bolsonaro e seus seguidores.
Finalmente, foi mencionado que, em agosto de 2022, o Twitter recebeu uma ordem judicial para divulgar dados de usuários mencionando hashtags específicas. Essa ação faz parte de um esforço maior para identificar indivíduos ou grupos que poderiam estar coordenando ataques às instituições e ao sistema eleitoral brasileiro, com o próprio Bolsonaro entre os investigados. Essas revelações dos Twitter Files colocam em questão a conduta do TSE e de Alexandre de Moraes em relação à liberdade de expressão no Brasil.
Por portal Novo Norte