Três em cada quatro pilotos admitiram ter caído no sono recentemente ao menos uma vez por alguns segundos enquanto voavam, aponta uma pesquisa com 6.900 profissionais da categoria em 31 países europeus entre 1º e 22 de julho
Uma pesquisa realizada com 6.900 profissionais da categoria em 31 países europeus entre 1º e 22 de julho apontou que o sono tem sido experimentado por três em cada quatro pilotos recentemente, ao menos por alguns segundos, enquanto voavam. Entre os entrevistados, um quarto relatou ter passado por até cinco ou mais episódios desse tipo, enquanto a maioria (73%) expressou insatisfação com a falta de descanso adequado entre os voos.
Foi observada uma tendência preocupante de extensão dos horários de trabalho da categoria para além dos parâmetros legais seguros, de acordo com apontamentos do Vereinigung Cockpit (VC). Em situações excepcionais, os comandantes podem prolongar os turnos de trabalho da tripulação, e quase um em cada cinco pilotos relatou ter tomado essa decisão duas ou mais vezes recentemente. Além disso, seis em cada dez deles mostraram receio em se opor a essas medidas impostas pelas companhias aéreas, indicando a pressão a que estão sujeitos.
A European Cockpit Association (ECA), associação europeia de pilotos, conduziu o estudo que menciona “deficiências estruturais” nas companhias aéreas e na fiscalização por parte das autoridades públicas no que diz respeito ao gerenciamento de riscos associados à fadiga. Vivianne Rehaag, especialista em segurança do sindicato alemão de pilotos VC, critica a falta de seriedade dada aos riscos de segurança devido à fadiga por parte de muitas companhias aéreas europeias. A pesquisa teve um foco no período que antecedeu as entrevistas, abrangendo junho a julho, antes do pico da alta temporada de férias.