Transparência

0
720
Painel Eletrônico

A falta de traquejo dos vereadores veteranos com o placar eletrônico, implantado pela Câmara nesta semana, dentro de um processo de modernização dos sistemas de operações da Casa, representa a visão ainda retrógrada da política local, que ainda não se acostumou com as mudanças exigidas pela sociedade, diante da metamorfose encarada pela democracia.

Desde a extinção do voto secreto, um procedimento abominado pelo parlamento municipal há pelo menos 10 anos, a Câmara ainda não havia estabelecido uma mudança tão significativa para garantir transparência e retirar as máscaras dos representantes do povo, permitindo assim que a sociedade possa acompanhar, de forma mais adequada, o posicionamento daqueles que devem respeitar o compromisso com o voto.

Com o placar, a sociedade que assiste as transmissões das sessões ordinárias, realizadas às terças e quartas-feiras, e até mesmo que se desloca para o Palácio do Legislativo, acompanhando as discussões em plenário na assistência, pode conferir qual é o posicionamento de cada um dos 17 vereadores que formam o parlamento. E, pode até parecer simples, mas isso ganha um significado ainda maior, em tempos de oscilações políticas.

O placar eletrônico, além de registrar o voto, passa a apresentar ao público a presença e a assiduidade de cada um dos parlamentares nas sessões, uma cobrança crescente da sociedade diante de um plenário que conta, por ano, com um orçamento superior à casa dos R$ 60 milhões.

Além disso, o sistema eletrônico exclui qualquer chance ou possibilidade de mudança de votação, mediante pressão ou cobrança imediata das forças políticas do Executivo, que determinam o posicionamento de bancada em situações onde a ditadura do governo “da mudança” acaba sendo colocada à prova.

Diante de tudo isso, apesar de parecer um luxo ou um pêndulo diante de uma formação ainda tradicionalista e antiguada do Legislativo, o placar eletrônico é uma inovação importante, que precisa ser acompanhada pela sociedade, para fazer valer a representatividade e o compromisso daqueles que já ensaiam disputar por sucessão, antes de se preocupar em atender os anseios da sociedade apresentados pela sociedade nas eleições de 2016.