Polícia Militar desencadeou a ‘Operação Legado’ em Macaé e Quissamã e apreendeu mais de 18 mil papelotes de cocaína e 12 quilos de pasta base
Uma das maiores facções criminosas de Macaé foi a mais afetada na ‘Operação Legado’, após uma operação desencadeada desde o último dia 30, quando agentes da Polícia Militar apreenderam mais de 50 mil papelotes de cocaína, três quilos de maconha, sete fuzis, pistolas e milhares de munições, ambos encontrados na comunidade da Nova Holanda.
No fim da tarde da última quinta-feira (4), agentes da equipe do Serviço Reservado recebeu informação que materiais entorpecentes do bairro Botafogo, em Macaé, seriam transportados para o município de Quissamã.
De imediato, agentes de Serviço de Inteligência começou traçar a linha de investigação e monitorar um veículo suspeito, que tinha acabado de sair do bairro Botafogo e seguiu em direção ao bairro Imburo, onde o condutor iria cortar a BR-101, com destino a Quissamã.
Na metade da viagem, a PM abordou o veículo e durante a revista no interior do automóvel, os agentes encontraram mais de 51 pinos de cocaína e 12 quilos de pasta base. Segundo informações da polícia, o motorista do veículo disse que os materiais entorpecentes seriam entregues em um sítio, – numa zona rural-, em Quissamã.
Prontamente, os policiais foram até este local com o condutor, e ao chegar no destino os agentes avistaram na chácara 10 homens suspeitos de atuarem no tráfico, que aguardavam pela carga da droga. Ao perceberem a viatura da polícia, os criminosos tentaram fugir do sítio, porém oito foram presos, sendo que um deles foi identificado como gerente e químico da facção criminosa.
Ao revistar o interior do imóvel, foram encontrados 11 balanças de precisão e materiais para endolar as drogas. A PM de Macaé acionou reforço do Destacamento da Polícia de Quissamã para dar suporte a operação.
Os suspeitos foram detidos e encaminhados para a 123ª DP de Macaé, onde todos permanecem presos por associação e tráfico de drogas.
De acordo com o comandante do 32° BPM de Macaé, tenente coronel André Henrique Oliveira, nesta operação o prejuízo para a facção criminosa foi estimada em R$ 750 mil reais. A ação da PM em combate ao tráfico nas últimas semanas vem gerando desfalque momentâneo a facção Amigo Dos Amigos (A.D.A.).
Desde o último fim de semana, a PM vem dando prejuízo as ‘bocas de fumo’ com diversas ações nas comunidades macaenses, cujo número estimado pelos agentes pode chegar a quase R$ 4 milhões em apreensão de drogas, fuzis, pistolas e munições.
A operação ainda vai continuar e a polícia pretende levantar outras localizações de depósitos onde armas e drogas são armazenadas.
Baque momentâneo, dizem especialistas
O advogado criminal François Pimentel, ouvido pelo jornal O DEBATE, alerta que o baque para a facção criminosa pode ser apenas momentâneo. Ele afirmar ainda que não há uma política para reprimir o financiamento da facção, garantido pela venda de drogas e aluguel de outras armas.
“Essa apreensão mostra algumas coisas: uma delas é que as facções estão se armando para retomar territórios diante da fragilidade da segurança pública de todo o Estado do Rio. Mas essa apreensão foi um baque momentâneo, pois não se atinge as estruturas que alimentam essa criminalidade”, alerta.
François comenta ainda que, a ‘pancada’ foi em uma facção. “Foi válida, mas a gente percebe que é uma questão passageira porque vão tentar se organizar rápido”, analisa o advogado, “para quem a apreensão pareceu uma ação de sorte, acaso, talvez visualidade e falta de acordo”.
Para o sociólogo, Júlio Boldrini, o problema é que a facção pode iniciar uma série de ações para se recuperar rápido do prejuízo. “Uma operação criminosa que perde um número considerável de armas de uma vez pode representar uma cobrança interna ou repassar esse prejuízo para outras modalidades aumentando assim a insegurança”, comentou.