O deputado Hermeto (MDB), relator da CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, afirmou ao STF que não viu responsabilidade de Anderson Torres nos episódios do 8 de janeiro. Em depoimento prestado nesta sexta-feira (30), o parlamentar explicou que, ao contrário do que se difundiu, o ex-secretário de Segurança Pública não estava no comando da pasta no momento dos atos.

Segundo Hermeto, a CPI identificou que Torres participou da reunião preparatória antes de sair de férias, mas a responsabilidade operacional ficou a cargo do então secretário-executivo Fernando Oliveira e da subsecretária Cíntia, ambos indiciados por negligência. “Eles minimizaram os riscos, disseram que os acampamentos estavam desmobilizados. Por isso, foram responsabilizados”, disse o deputado.

O parlamentar também destacou que a viagem de Anderson aos Estados Unidos foi previamente comunicada ao Comando Militar do Planalto e não foi feita às escondidas, como sugerido por setores da imprensa. A avaliação de Hermeto foi clara: “não vi nele a responsabilidade”. O depoimento desmonta a versão de que Torres teria abandonado o cargo de forma estratégica.

O testemunho coloca em xeque parte da narrativa adotada por Alexandre de Moraes no processo que tramita no STF. Ao admitir que o ex-ministro não exercia função decisiva no momento dos atos, o próprio relator da CPI reforça o argumento de que há uma tentativa de criminalização sem provas — sustentada mais por conveniência política do que por evidências concretas.