A população brasileira vivendo em tempo de pandemia e alimentada de informações pelos veículos de comunicação tradicionais e paralelamente pelas inúmeras versões digitais, vive sob o difícil dilema de saber em quem ou em que acreditar, haja vista a difícil missão dos governantes – presidente, governadores e prefeitos, em transmitir informações análogas que pudessem servir como orientação crível e, para todos, iguais.
O que se observa desde o início da descoberta do Corona Virus na China, no início do mês de dezembro, e informado a Organização Mundial de Saúde que foi tratando o caso a pinga-gotas à medida que a transmissão se tornava mais séria e, tendo um médico chinês através da internet feito a denúncia pública de que era algo grave, falecendo do mal, foi o começo de uma briga antes endêmica, em seguida tornada epidêmica, quando milhares de mortos somavam números inimagináveis, virando a pandemia em que vive o mundo. Os alertas da OMS às autoridades eram quase dúbios. Tardiamente, os países que começariam a sofrer mais com o Covid 19, começaram a tomar medidas e regras drásticas de quarentena fazendo do distanciamento e do isolamento social um eficiente remédio. Os países mais desenvolvidos e grandes cidades do mundo parecerem desertas, todos entendendo a necessidade das medidas rigorosas.
Por aqui, tendo o governo federal reconhecido o caso e decretado a emergência e a calamidade pública, coube ao Supremo Tribunal Federal, em inédita decisão, reconhecer que os governos estaduais e prefeitos, teriam poder para adotar as regras que entendessem melhor para a população ante as desavenças partidárias e frontal com o Presidente da República que, sem guardar o rigor do ritual do cargo, ganhou um grupo que incentiva medidas não republicanas deixando de respeitar orientações científicas e restritivas, como o uso de máscara e provocando aglomerações, ao contrário do que pregavam governadores e prefeitos de vários estados e cidades mais atingidas, estabelecendo quarentenas mais rígidas, em consequência elevando o fechamento do comércio, indústria, serviços, provocando o desemprego.
A troca de comandos em pastas relevantes, a principal delas o Ministério da Saúde, que em pouco tempo teve três ocupantes, por exemplo, vem mantendo um interino adotando as medidas mais alinhadas ao Presidente da República, a despeito de outras linhas de informações e conhecimento científico, divulgando para conhecimento público, números duvidosos e não reais do que realmente se passa por esse país afora. Ainda, sem dar conta das informações de licitações escandalosas, longe de atingir objetivos que possam dar credibilidade ao gasto bilionário com compras de equipamentos e produtos para conter o avanço da pandemia, foi florescendo a suspeição sem que os casos fossem investigados e os responsáveis punidos exemplarmente, quase levando ao descrédito de que a lei será aplicada com rigor e valerá para todos.
São Paulo e Rio de Janeiro, entre os principais estados atingidos por denúncias de compras milionárias superfaturadas, vivem o drama político de que o combate ao coronavirus, necessitava de hospitais de campanha, alguns até agora sem ser inaugurados para atender aos possíveis casos previstos. Os mais escandalosos ocorridos no Rio de Janeiro, onde o governador Wilson Witzel, já começa a responder a partir de segunda-feira (15), ao processo de impeachment, decisão tomada por unanimidade na Assembleia Legislativa, na última quarta-feira, quando o presidente André Ceciliano (PT), foi autorizado a iniciar o procedimento.
Agora, além da crise sanitária, as atenções continuarão voltadas para as outras vividas em Brasília, envolvendo o Poder Executivo que vai abrindo as portas para o toma lá dá cá para ter apoio no Congresso Nacional, e no Supremo Tribunal Federal que por causa das Fake News, terá todas as atenções voltadas para aquela Corte.