Em tempo de pandemia, quando grassa em todo o mundo a infecção do Covid 19, um vírus letal e ainda sem que as autoridades de saúde consigam enxergar um tempo curto para produzir uma vacina para combater o mal, o que se presume poderá acontecer no mínimo, em oito meses, mas com expectativa de até mais de um ano, os governos que não fizeram o dever de casa desde o início, como os de países mais desenvolvidos, vêm sofrendo as consequências de um vírus, o Corona. Desde seu aparecimento na China, a Organização Mundial da Saúde, desde dezembro do ano passado, vem alertando sobre o real perigo da propagação, num período em que, as férias escolares incentivam o turismo, e o mundo inteiro passou a sofrer as consequências das infecções.
O alerta parece não ter sido levado em consideração por muitos países, como no Brasil, pelo menos, onde se registrou o primeiro caso no dia 23 de fevereiro, quando o período do Carnaval era festejado nas ruas das grandes capitais, sem que as autoridades imaginassem um futuro catastrófico como o que estamos passando agora. Não foi diferente nos países europeus onde grassava a doença fazendo vítimas e também os Estados Unidos, passou a perceber que o dano seria muito maior do que o que vinha sendo anunciado pela OMS. Passado o Carnaval, chegou a vez daqueles que olvidaram o alerta, e as consequências a partir de então, passaram a ser catastróficas porque o sistema de saúde não estava, como ainda não está, preparado para lidar com o corona. Foi iniciada, então, uma corrida contra o tempo, acusações políticas de todos os lados para encontrar um culpado, e os governos federal, estadual e municipal começaram a agir da forma mais adequada para se preparar para o pior.
Enquanto o presidente da República que em viagem aos Estados Unidos acabou como sua comitiva atingidos pela infecção – embora ele anuncie a todo instante que seu teste deu negativo – e participava como ainda hoje, de manifestações e reuniões sem os cuidados necessários para não propagar a doença, o Supremo Tribunal Federal – STF, decidia que os governos estaduais e municipais, à luz da Constituição, poderiam decretar, como decretaram, medidas capazes de conter a propagação, como a situação de emergência e de calamidade pública, como o fez o próprio governo federal.
Os boletins diários divulgados pelo Ministério da Saúde, recomendando o isolamento e distanciamento social e anunciando os números que no dia a dia vão se alterando deixando a população sobressaltada, fez com que os governos estaduais e municipais, cada um de acordo com as situações locais, tomassem providências e muitos chegaram a decretar medidas extremas de quarentena, enquanto as encomendas de respiradores, hospitais de campanha, convocação de profissionais de saúde, além de proibir aglomerações, fechamento do comércio e indústria, dentre outras, pudessem contribuir para, de maneira mais rápida, conter o avanço do Covid 19, que continua fazendo muitos estragos até que a curva ascendente de propagação seja contida, igual aconteceu pelo mundo, servindo como exemplo para combater o vírus.
Enquanto tudo isso acontece, o presidente da República continua, para gáudio de alguns, e protestos de outros, participando de manifestações e de reuniões sem utilizar um dos principais equipamentos de proteção individual que é a máscara, e também “invadindo” o Supremo Tribunal Federal na quinta-feira, onde ouviu mais uma vez que a decisão do STF de confirmar que governadores e prefeitos têm o direito de adotar as medidas cabíveis, e que antes de tudo, deveria ter sido criado um gabinete de crise para adotar medidas, num tempo de turbulência que, parece, não vai acabar tão cedo.