Com dois diferentes sets, Camila Souza e Isabelle Nery, integraram line up do evento musical na serra de Itaipava
Na line up do Rock The Mountain, festival de música e arte que acontece na serra de Itaipava, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o Costa Atlântica mostrou a potência artística macaense. Nos últimos dias 9 e 16 deste mês, as DJs Camila Souza (29) e Isabelle Nery (25), embalaram o evento com o melhor da Jamaica em dois diferentes sets.
Na cultura do ‘Sound System’ há cerca de cinco anos, essa marca a maior experiência da dupla. “Estamos sem acreditar até agora. Já estivemos lá em 2019 e 2022, como público dos artistas que amamos e nos enxergar do outro lado do palco parecia distante. Só temos a agradecer a Jah e aos amigos que botaram fé nesse projeto junto com a gente”, ressaltam as meninas.
Parceiras no amor e no trabalho, o caminho não é facil, afinal, conhecem de perto os obstáculos do fazer artístico no interior do estado. “Sem recursos e com muita resistência. É desafiador fazer intervenções pelas ruas da cidade por falta de apoio, minha intenção não é romantizar a dificuldade do artista em manter viva a cultura de rua, mas a desnaturalização da semiótica capitalista em que estamos imersos diariamente, também abre possibilidades de um diálogo mais direto com o público, e esse é sem dúvida o nosso maior retorno”, frisou Camila.
O ‘Sound System’ teve início na década de 50, através dos encontros em vias públicas para curtir diversas vertentes do reggae, tornando-se opção para quem não tinha condições de ir a eventos privados. Para a dupla, que atua de forma independente nos municípios do Norte Fluminense e da Região dos Lagos, estar em união com outros projetos de Macaé, onde moram, como o Afrolab e Roda Cultural (Rap da Ponte), é fortalecer os passos dados no cenário musical, o que é fundamental, sobretudo, para a juventude.
E é pensando nessa conexão que o casal tem ganhado cada vez mais evidência, mas não sozinho. “É até difícil dizermos quem compõe o grupo, porque são vários irmãos e irmãs que participam da organização dos eventos, montagem e desmontagem, mas o projeto que hoje se movimenta mais como um coletivo, começou em 2020, dentro de casa, na pandemia, por nós duas. Para vários artistas foi um start esse momento de reclusão. Já tínhamos essa ligação com o reggae, então pensamos em passar isso para as ruas”, explicam as DJs.
Gratas pelos projetos em 2024, que já chega ao fim, as expectativas para 2025 são as mais positivas. “Além das intervenções ‘Sound System’ na nossa cidade que vão sempre acontecendo esporadicamente, precisamos tirar do papel exposições sobre a cultura ‘Reggae Sound System’ e a trajetória da mulher nesse movimento”, concluiu Isa.