O superávit, que é a diferença positiva entre as receitas e despesas do governo sem considerar os juros da dívida pública, somou R$ 18,277 bilhões, frente aos R$ 30,592 bilhões do ano anterior
O resultado do superávit primário do Governo Central em outubro deste ano apresentou uma queda de 40% em comparação com o mesmo período de 2022. O superávit, que é a diferença positiva entre as receitas e despesas do governo sem considerar os juros da dívida pública, somou R$ 18,277 bilhões, frente aos R$ 30,592 bilhões do ano anterior. Este resultado representa uma redução de 40,3% em valores nominais e de 43% em termos reais, considerando o ajuste pela inflação.
Outubro costuma registrar superávits mais elevados, em função do pagamento trimestral de tributos por instituições financeiras. O recorde para esse mês ocorreu em 2016, impulsionado pela repatriação de recursos do exterior. Contrariando expectativas do mercado, que projetava um superávit de R$ 17 bilhões, o resultado de outubro foi ligeiramente superior, mas o rombo geral continua alto.
Até agora, o déficit primário acumulado em 2023 é de R$ 75,09 bilhões, o terceiro maior em termos nominais e o sexto em valores reais.
A queda no superávit primário foi influenciada por um aumento nas despesas, particularmente com programas sociais como o Bolsa Família e com a Previdência Social, embora as receitas líquidas também tenham crescido 5,5% em termos nominais. As despesas totais, por sua vez, aumentaram 15,4% no mesmo período.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciou 2023 com um plano para elevar a arrecadação e revisar gastos, visando a redução do déficit para cerca de R$ 100 bilhões neste ano. A previsão oficial de déficit primário está em R$ 177,4 bilhões, com possibilidade de atingir R$ 203,4 bilhões, conforme metodologia do Banco Central.