Desde o momento em que transcorreu a posse do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luis Roberto Barroso, apesar de estarem quase todos voltados para o sério problema da pandemia do coronavirus, começaram a ficar claras as regras do jogo de xadrez político que será disputado este ano, quando os eleitores de todo o país deverão escolher novos prefeitos e vereadores.
Com o início da corrida em busca do poder, que pode alguém pensar que não vale muito, mas vale sim, até demais, não se trata a partir de agora, com as regras ficando mais definidas, de esquecer os que já estão desfilando nas listas partidárias como pré-candidatos. Pelo contrário, devem os eleitores, anotarem nomes e conhecerem com profundidade as propostas que estarão sendo colocadas para o futuro.
Como ficou decidido em uma reunião da qual participaram os presidentes da Câmara e do Senado, além de presidentes de partidos e outras figuras importantes do complexo mundo político, as eleições municipais estarão sendo adiadas para os dias 15 de novembro – primeiro turno – e 29 daquele mês, onde houver necessidade de realizar o segundo turno, embora alguns protagonistas tentassem adiar por mais tempo, o que significaria prorrogar os mandatos dos atuais detentores de cargos. Feitas as contas, sabe-se que pelo menos 1.200 prefeitos entre os 5.570 municípios estão exercendo o segundo mandato, razão pela qual a prorrogação ficou inviável, para o jogo democrático.
Como o Congresso Nacional, mesmo em tempo de crise sanitária, não abriu mão de usar os quase R$ 3 bilhões do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral para o financiamento público de campanha, pelo menos os principais partidos, entre eles PT, PSL, DEM, MDB e PSDB, terão dinheiro de sobra para gastar às nossas custas, já que os recursos advêm dos impostos pagos pelos contribuintes que, mesmo em crise, deverão cumprir suas obrigações legais, engordando os cofres públicos.
Nos últimos dias, utilizando as mais diferentes plataformas disponibilizadas pela internet, não são poucos os grupos políticos ou empresariais que descobriram a força da comunicação digital, concorrendo fortemente com os veículos tradicionais de comunicação, que estão realizando encontros virtuais através de lives e debatendo os mais diferentes temas de muito ou pouco interesse da população, ganhando força e aparecendo nos milhares de smartphones, utilizados também por aqueles que atacam adversários por encontrarem na internet um território livre imaginando que podem tudo.
Não à toa, por abusos cometidos, o Supremo Tribunal Federal está investigando as denúncias para combater as Fake News, notícias falsas, plantadas a bel prazer para medir forças, cada qual defendendo seu objetivo como se fosse possível plantar inverdades em nome da liberdade de expressão, tendo como escudo e garante a Constituição Federal, porém, excedendo em críticas amargas e cometendo crimes, como se tudo fosse permitido, esquecendo os autores de separar o certo do errado e, para isso, existe o Poder Judiciário.
Como a situação está ficando cada vez mais grave com as acusações que vêm sendo feitas aos ministros e ao próprio Supremo Tribunal Federal, as reações podem estar conduzindo a situações perigosas, por absoluta falta de sensibilidade política e estarem os parlamentares em qualquer grau, mesmo fora da tribuna, ultrapassando os limites legais.
A hora é de união e a busca por solução que possa deixar a população tranquila porque antevemos durante a campanha eleitoral que vai ocupar os espaços em todos os meios, a troca de acusações em clima de guerra política que podem levar muitos às barras da Justiça, sempre ignorada pelos que se julgam poderosos, esquecendo que existe no rigor da lei uma fiscalização adequada para cada fim.