Encontro destacou a importância do projeto na contextualização de todas as mudanças ocorridas na cidade e na região
Visando a produção de conhecimento sobre a cidade, considerando a relevância da academia na estrutura do município, foi realizado na última terça-feira (12), o seminário “Olhares Acadêmicos sobre Macaé em Cenário de Crise Econômica”. A programação aconteceu no auditório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Cidade Universitária e faz parte do projeto “Macaé: Processos de Reconstrução Econômica e Social no Cenário de Reconfiguração da Cadeia de Petróleo e Gás”. A iniciativa foi desenvolvida pela Secretaria Adjunta de Ensino Superior, por meio do Núcleo de Estudo e Pesquisa – Observatório da Cidade.
A abertura foi feita pelo prefeito Dr Aluizio, que enfatizou a importância do projeto na contextualização de todas as mudanças ocorridas na cidade e na região. “É necessário que a gente avance. Avance o conhecimento contando uma história. Tudo o que passou pela indústria de petróleo no mundo, nesses últimos 40 anos, passou por Macaé, não necessariamente apenas na questão geográfica, mas pelo conhecimento, descobertas, geologia, engenharia, desenvolvimento e também mazelas” explicou o prefeito, acrescentando a importância da contextualização e contribuição científica para isso.
O secretário adjunto de Ensino Superior, Márcio Magini, destacou que a ideia do evento foi debater a crise econômica sob a análise de dados, através de pesquisa científica, fortalecendo o observatório da cidade.
“Este é o encontro de cabeças pensantes de Macaé e região que estão nas instituições de ensino superior e de pesquisa, trazendo alternativas para que a região possa se remodelar após o cenário pós-crise. Estamos numa retomada, mas com modelo diferente, com visível aquecimento, constados em dados”, disse.
A coordenadora do Núcleo de Estudo e Pesquisa do Observatório da Cidade e orientadora da rede municipal de ensino, Scheila Ribeiro Abreu Silva, ressaltou que o propósito da prefeitura no projeto é desenvolver parceria com as universidades de ensino e pesquisa, com o intuito de compreender o processo de desenvolvimento do município. “O objetivo é entender os impactos da crise, sob a ótica e pesquisa de profissionais. A meta é, em 2019, publicar um livro com artigos acadêmicos, retratando todo esse processo”, contou.
Na ocasião foram realizadas três mesas-redondas, tendo como eixos de trabalho: “Cenários da economia do petróleo: inserção e perspectivas para o município”; “Reestruturação produtiva: novos arranjos urbanos”; “Transformações na vida na cidade: rupturas, continuidades e resiliência”.
O economista e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Alcimar das Chagas Ribeiro contou que o projeto discute a capacidade de inserção de Macaé nesse processo evolutivo do petróleo.
“Para iniciar este estudo temos que pensar o processo anterior, de como surgiu o petróleo, o processo de industrialização no país até a descoberta de Namorado no final da década de 1970, que deu origem à Bacia de Campos. E, a partir desse momento, a cidade passou por transformações. O nosso papel foi fazer algumas análises na perspectiva de gestão fiscal, ou seja, os investimentos públicos realizados nas áreas de infraestrutura social e econômica”, pontuou.
O engenheiro de produção e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Eduardo Silva, acrescentou que outra perspectiva são os novos modelos de negócios para Macaé diante da necessidade de adaptação da economia da cidade aos novos paradigmas de mercado, inovação e sustentabilidade. “Este trabalho propõe um modelo de transformação do atual modelo em sistema de inovação, tendo a universidade e o conhecimento como motores desta transformação, com uma visão mais empreendedora das universidades e de interação universidade/empresa como incubadoras e parque tecnológico”.
Macaé: Processos de Reconstrução Econômica e Social no Cenário de Reconfiguração da Cadeia de Petróleo e Gás – O projeto é fruto de parcerias com universidades públicas e privadas do município e região com a colaboração da sociedade civil organizada, estudantes e demais interessados nas discussões sobre a Macaé de hoje e do futuro. O foco é compreensão da crise, que começou em 2012, e as grandes questões advindas desse contexto.
Aproximadamente 38 trabalhos de 48 pesquisadores que atuam no campus Macaé da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão envolvidos na produção de artigos científicos que serão publicados em um livro, com elaboração, edição e revisão da Secretaria Adjunta de Ensino Superior, que deverá ser lançado pela prefeitura durante a edição da Brasil Offshore de 2019, em Macaé.