Com as surpresas pós-urnas, que ainda marcam o processo eleitoral ocorrido em outubro do ano passado, Macaé ganha ainda mais representatividade em esferas políticas que vivem transformações. E por isso não será fácil para os novos agentes públicos conquistarem um caminho sólido rumo à batalha pela sucessão.
Através da recontagem dos votos, após votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Chico Machado (PSD) passa a pertencer a mesma fileira de Welberth Rezende (PPS), entre as 70 cadeiras que compõem o plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Ambos de vertentes legislativas, os macaenses passam a configurar a renovação do parlamento estadual, dentro da onda de liberação das amarras políticas, impregnadas pela corrupção, que ditaram as antigas relações entre o Legislativo e o Executivo estadual.
Neste novo contexto, Welberth e Chico terão maior liberdade para construir seus mandatos através de costuras políticas com o governo de Wilson Witzel (PSC) mais sólidas e mais institucionais, buscando a independência entre os poderes, para alcançar o principal objetivo: a vontade do povo.
É claro que a transformação política ainda precisa de tempo para estabelecer uma nova ordem nas relações mantidas dentro de gabinetes. Porém, o posicionamento claro da sociedade nas urnas, aponta um caminho de maior transparência nessas relações, que seguirão sob a vigilância constante das redes sociais.
Na esfera federal, Macaé também poderá contar com um filho legítimo: Christino Áureo (PP). Apesar da experiência adquirida nos poderes Executivo e Legislativo do Estado, o macaense terá uma nova atuação dentro do Congresso, ao encontrar um parlamento dividido entre a profunda onda da mudança, liderada por Jair Bolsonaro (PSL), e os remanescentes do poder, bem representados pelos líderes do PT e partidos de esquerda, que passam a fazer o que sabem de melhor: ser oposição a tudo e a todos.
De qualquer forma, Macaé entra 2019 com um aspecto político bem mais forte, que não depende apenas da figura do médico/político que se esconde, cada vez mais, do povo, temendo rejeição que cresce nas ruas, seja por conta da reta final de mandato, seja por conta do efeito de uma vaidade tão profunda, que é capaz de causar cegueira.