As visitas ocorreram através da intermediação de Janira Rocha, advogada e ex-deputada federal pelo PSOL
Luciane Barbosa Farias, conhecida como “dama do tráfico” e esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, chefe do Comando Vermelho no Amazonas, teve acesso ao Ministério da Justiça. As visitas ocorreram através da intermediação de Janira Rocha, advogada e ex-deputada federal pelo PSOL. Estes encontros, que aconteceram em um período de três meses, incluíram audiências com dois secretários e dois diretores do Ministério, conforme revelou o jornal O Estado de São Paulo nesta segunda-feira (13). A controvérsia surge do fato de que o nome de Luciane não aparece nas agendas oficiais do Ministério, liderado por Flávio Dino.
Durante uma entrevista ao portal G1, Janira Rocha defendeu a legalidade das visitas, afirmando que “não fizemos nada de irregular, nada de ilícito”. Ela argumentou que a sociedade tem o direito de ser recebida pelo governo para apresentar suas reivindicações e que o governo deve responder a essas demandas como parte de seu papel institucional. Luciane, que está casada com Clemilson há 11 anos, foi condenada em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa. Atualmente, ela recorre da sentença de dez anos em liberdade, enquanto seu marido cumpre pena de 31 anos no presídio de Tefé, no interior do Amazonas.
O histórico de violência associado a Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, inclui um episódio em abril de 2019, quando um homem foi encontrado morto com um cartaz que dizia: “Devia Tio Patinhas”. Ele também foi fotografado com uma metralhadora de artilharia antiaérea. Estes fatos ampliam a complexidade e a gravidade da situação, levantando questões sobre as motivações e implicações das visitas de Luciane Barbosa Farias ao Ministério da Justiça.