Coluna Espaço Aberto - Odebateon

Apesar da pandemia do coronavirus, os atores políticos continuam, mesmo na quase surdez por causa da proibição de aglomerações, utilizando os meios digitais para alcançar seus objetivos, tentando a eleição para a Câmara de Vereadores e para prefeito, na sucessão, que parece, mais difícil dos últimos tempos, por causa das regras do jogo que vão sendo alteradas por vários motivos. Um deles, a certeza da data das eleições que vem sendo discutida entre o Tribunal Superior Eleitoral, presidentes da Câmara e do Senado, e partidos políticos envolvidos e que desejam alcançar o poder.

Primeiro, foi a janela aberta para a troca de partidos, permitindo aos que têm mandato ou não, buscar outro ninho para se acomodar melhor, porque desta vez não haverá coligações e o pré-candidato a vereador ou a prefeito, tem de apresentar mesmo um espírito de estadista para ganhar a confiança dos eleitores. Segundo, porque o calendário eleitoral deve ser cumprido e até que haja qualquer mudança provocada pelo Congresso Nacional ou pelo Tribunal Superior Eleitoral, quem colocar a carroça na frente dos bois pode estar realizando propaganda extemporânea e ser obstaculado mais na frente, perigo que muitos não querem correr.

Terceiro, aguardar o comportamento do coronavirus para ver se a cadeia de contaminação vai permitir a eleição no dia 4 de outubro, ou se vai ser necessário adiar o pleito para, inicialmente, dias 15 e 29 de novembro, como avançam os entendimentos entre as partes. Mas as regras do jogo estão aí e quem não segui-las pode sofrer penalidades. Qual o jeito, então? Utilizar a internet, realizando lives e discutindo o que mais interessa à população, até que o Congresso aprove o projeto contra as fake news, o que pode guilhotinar alguns candidatos. O jeito é esperar o tempo passar para ver como fica.

Macaé fora

Não fosse a boa estrutura de saúde implantada no município, com a construção do Hospital Público Municipal na gestão do ex-prefeito Sylvio Lopes, que se tornou referência na região, alinhada a instalação de duas UPAs – uma na Barra de Macaé e outra no Lagomar, além de terem sido ampliados o Hospital da Unimed e a Clínica São Lucas, sem contar aí inúmeras clínicas médicas para atender a grande demanda da era do petróleo, Macaé poderia estar figurando também na relação do mal comportamento de gestão, como acontece em todo o estado que, com a pandemia, se viu engolido pelos espertos de plantão, que não medem consequências para cometer ilícitos e o que se viu foi a história dos hospitais de campanha que sequer chegaram a funcionar e, parece, alguns não serão úteis. Além da boa estrutura de saúde montada pelo prefeito Dr. Aluízio dos Santos Junior, e da boa gestão, a cidade ficou longe dos escândalos que foram anunciados em todas as partes do estado e acabaram levando o governador Wilson Witzel para a guilhotina da Assembleia Legislativa, que vem conduzindo o processo de impedimento dele, em razões diversas, porém, as mais graves, por causa da corrupção denunciada na área de saúde. Vistoria realizada por uma comissão de fiscalização da Alerj, mostra no relatório que falta transparência do governo estadual sobre a aplicação de R$ 256 milhões pagos ao IABAS e aponta indícios de que os hospitais ainda não entregues estão longe de ficarem prontos. Para não ficar apenas nos hospitais de campanha, tem os escândalos dos respiradores e outros equipamentos. Friburgo, Casimiro de Abreu, Campos dos Goytacazes, São Gonçalo, Maracanã, dentre outros, fazem parte da lista do escândalo da pandemia que Macaé ficou fora, e vem sendo motivo de exemplo de gestão em saúde, apesar das muitas dificuldades.

 

PONTADAS

Quando chega as proximidades das eleições, o risco de invasão de áreas públicas e particulares aumenta. Um candidato teve a desfaçatez de dizer que: “com 10 telhas de amianto, 300 tijolos, cinco sacos de cimento e um fogão de duas bocas, fica garantido a construção de um barraco e o direito à posse”. Pena que a fiscalização municipal, estadual e federal, fazem vista grossa e as comunidades vão crescendo na periferia. Depois reclamam que não tem água ou esgoto. A iluminação a Enel garante e o telefone celular comprova o endereço. Fala sério…

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Apesar das recomendações, por sinal até demasiadas, para que as pessoas utilizem máscaras, evitem cumprimentos como abraços e beijos, lavar as mãos constantemente e usar álcool gel, evitando aglomerações, dentre muitas outras para evitar a transmissão do coronavirus, não são poucas as pessoas que teimam em não colocar em prática essas ações e colaboram para aumentar a crise sanitária. No sul do país, prefeitos chegaram a taxar multa de mais de R$ 2.500,00 para diminuir o trânsito de pessoas. Doendo no bolso, pode ser que aprendam.

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Desde o ano passado, quando o ex-presidente Lula saiu da cadeia e, depois, voltou a ser condenado a mais 17 anos, a pressão popular para estabelecer a prisão em segunda instância levou deputados e senadores a concluir a votação que seria até o final do ano. Depois, ficou para janeiro ou fevereiro, agora, a PEC da prisão em segunda instância voltou a ganhar a mídia, mas o Congresso prometeu que, até agosto, a novela termina. Será que Lula e outros ainda voltam para a prisão ainda este ano? Difícil de acreditar.

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Até domingo.