Por Marcio Dolzan
A reconstrução do Museu Nacional, que foi consumido por um incêndio há oito dias, deverá iniciar apenas no próximo ano. Equipes técnicas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da Unesco irão se reunir esta semana para começar a elaborar o projeto de restruturação. No entanto, até o fim do ano os trabalhos serão focados apenas na manutenção da estrutura que sobrou e no resgate do acervo que ficou sob os escombros.
“Este plano de reconstrução ainda tem várias questões técnicas a serem debatidas. É um prédio tombado pelo Iphan, então nada pode ser feito sem a concordância do instituto”, ressalta Wagner Wilian Martins, diretor administrativo do Museu Nacional, completando: “Há questões bastante delicadas, se a gente vai reconstruir o prédio como ele era, se a gente vai fazer alguma coisa diferente, se a gente vai utilizar materiais modernos…”
Nesta segunda-feira, 10, terá início a instalação de tapumes no entorno do Museu Nacional, que fica na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio. A intenção é garantir o cercamento da área e impedir o acesso ao local de pessoas não autorizadas.
Nos próximos dias, uma empresa será escolhida para fazer o escoramento do prédio e colocar uma cobertura provisória. A medida é necessária para que equipes de arqueólogos e outros profissionais comecem os trabalhos em busca de recuperação do acervo que está debaixo dos escombros.
Na terça, técnicos do Iphan e do Ibram deverão se reunir para iniciar o planejamento de reconstrução do museu. Uma equipe da Unesco também deve chegar ao Rio para participar das discussões ainda nesta semana.
Martins diz que não há prazo para que o planejamento esteja pronto, mas ele acredita que ao menos um esboço esteja concluído em até duas semanas. A reconstrução do Museu Nacional, contudo, ficará apenas para o ano que vem.
“Não se consegue imaginar nada ainda este ano. Este ano vai ser focado na questão da estabilidade da estrutura, para evitar maiores danos, e na questão da recuperação de acervo, que é lenta. A própria perícia da Polícia Federal já tem aviso de que não vai ser rápida”, afirma o diretor.