A nova proposta dos Correios, anunciada na segunda-feira (12), prevê a redução da jornada de trabalho com corte proporcional de até 29,4% nos salários dos funcionários. A medida faz parte de um plano para conter o prejuízo de R$ 2,6 bilhões acumulado pela estatal em 2024. Atualmente, os empregados cumprem 8h diárias e 44h semanais. Com a mudança, a jornada passaria a 6h por dia, totalizando 34 horas semanais. O corte salarial impactaria diretamente 87.523 servidores ativos, entre carteiros, técnicos e analistas.
Segundo cálculos divulgados, a base salarial mensal atual de R$ 344,7 milhões cairia para R$ 266,4 milhões com a adesão total à proposta. A diferença representa um corte mensal de R$ 78 milhões e uma economia de até R$ 940 milhões por ano. O pacote de contenção inclui ainda suspensão das férias a partir de sábado (1º), prorrogação do PDV até sábado (18), corte de cargos comissionados e retorno ao trabalho presencial em segunda-feira (23). A empresa também quer rever contratos e vender imóveis.
Em nota interna, os Correios estimam que o conjunto de medidas pode gerar economia de R$ 1,5 bilhão ainda em 2025. Nos bastidores, há queixas de funcionários sobre a pressão para aderir ao novo modelo. Alguns classificaram o plano como “ameaça disfarçada de escolha”. Além da tesourada, a estatal planeja captar R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank e lançar um marketplace. Para tentar virar o jogo, os Correios prometem ampliar serviços logísticos para o setor público e o comércio eletrônico, mirando um lucro extra de R$ 3,1 bilhões.