Apesar das reclamações generalizadas para que o país invista mais em segurança pública, o Brasil aumentou em 11,6% seus investimentos na área. O país gastou R$ 76,2 bilhões, orçamento igual ao de muitos países desenvolvidos.
Repete-se na segurança pública o que acontece com a educação e a saúde. Os governos aumentam seus investimentos nessas áreas, mas eles não resultam em quedas nas estatísticas nem melhorias no serviço prestado. O fracasso é atribuído à qualidade da gestão.
O governos têm investido, preferencialmente, em viaturas, armamentos e comunicação. Os efetivos têm crescido. No entanto, pouco é feito no sentido da qualificação do pessoal, com salários compatíveis, sobretudo para os que estão nos escalões mais baixos.
Como na educação e na saúde, é necessária uma mudança estrutural de qualidade, não quantitativa. A questão é cultural. Num país onde mais de 50% da população acredita que “bandido bom é bandido morto”, como apurou uma pesquisa, cidadãos e governantes se acham autorizados a avalizar a aplicação, na prática, da pena de morte, mesmo porque a Justiça deixa a desejar.
Os assassinos têm suas leis, e as executam sem vacilar, como mostraram as ocorrências no Espírito Santo, Roraima e Rio Grande do Norte e agora Minas Gerais. Mas os governos e seus braços – as polícias -, ajudam a aumentar esses números, na medida em que tratam uma questão social como caso de polícia, como no passado.
Para mudar esse quadro, é preciso trabalhar para transformar a sociedade violenta em que vivemos numa ordem social que acredite na lei e na Justiça.
E nada melhor começando pela educação.